Permanece o silêncio do Executivo face ao pedido da AIBA de alargamento do período de transição para a eliminação da produção, importação, comercialização e consumo de bebidas espirituosas embaladas em pacotes de plástico, devido à inexistência de uma agenda e de um cronograma que permita ao parque empresarial não pôr em causa mais de 4.200 postos de trabalho, no imediato, com a entrada em vigor do Decreto Executivo n.º 13/24, de 12 de Janeiro.
A informação foi avançada à revista Economia & Mercado pelo secretário para Informação da Associação das Indústrias de Bebidas de Angola (AIBA), Moisés Campos.
“Ainda não temos nenhuma reacção oficial do MINDCOM [Ministério da Indústria e Comércio] sobre a nossa carta. Contudo, continuaremos a aguardar”, diz Moisés Campos.
De acordo com este dirigente associativo, o país dispõe apenas de duas fábricas de produção de garrafas, cuja capacidade é insuficiente face à necessidade de cerca de 600 milhões de garrafas desta indústria.
Em função da directiva do Executivo, a indústria de bebidas espirituosas avança com a opção de produção em ‘PET’, um tipo de embalagem usada mundialmente, também, no mercado da aviação.
“Basta olhar para as bebidas consumidas em aviões, mesmo de voos internacionais. Trata-se de um investimento que deverá demorar cerca de dois anos e meio para ser materializado”, observa.
Numa nota enviada, recentemente, à E&M, a AIBA afirma que "aceita e respeita a decisão do Executivo", mas contesta o prazo de 60 dias para a eliminação total da produção e comercialização, pelo facto de não permitir a adaptação das linhas de produção e respectivos recursos humanos, cujos interesses devem ser salvaguardados.