Neste número dediquei a minha especial atenção a Cabo Verde e aos seus 50 anos. País que aprecio há muitos anos, por motivos vários, também porque tenho raízes familiares.
Veio este remate a propósito de uma notícia respaldada num despacho presidencial que autoriza a construção de uma prisão de alta segurança, no nosso país, pelo valor de 300 milhões de dólares.
Estando com o tema de Cabo Verde nas mãos, por mera curiosidade, quis saber o que, com esse mesmo valor, ou aproximado, fazem ou teriam feito os irmãos das ilhas, gente conhecida por saber gerir parcos recursos.
Num despacho da Lusa de 4 de Janeiro de 2021, dava-se notícia da aprovação governamental do projecto GAMBOA PLAZA SHOPPING & HOTELS, resultado de uma convenção entre o Estado cabo-verdiano e promotores privados, válida por 15 anos, por, adivinhe-se, 250 milhões de Euros. E, para meu maior espanto, o projecto são 6 (seis) hotéis. Lemos bem. SEIS HOTÉIS! O Investimento divide-se em duas fases: a primeira com um investimento de 70 milhões de Euros; mais de 90% destinado à construção dos hotéis, gerando aí 400 empregos. E uma segunda fase, avaliada em 180 milhões de Euros, com uma previsão de geração de mais 800 empregos directos.
Trata-se, na primeira fase, de dois hotéis, um de quatro e outro de cinco estrelas, com um total de 419 quartos e de uma marina para 150 barcos de recreio. Prevista, nessa fase, a recuperação do antigo pontão, um aquário e a construção de restaurantes, bares, piscina e a requalificação da praia da Gamboa, em pleno centro da capital, com colocação de areia branca, coqueiros e palmeiras, dois parques de estacionamento com capacidade para 236 viaturas e um campo público de minigolfe.
A segunda fase prevê mais quatro hotéis, de quatro e cinco estrelas, com capacidade máxima até 800 quartos. E já que escrevemos sobre Turismo, o acordo atribui à sociedade promotora, entre outros incentivos fiscais, 100% de isenção da tributação de lucros durante os primeiros cinco anos de funcionamento do empreendimento após conclusão da construção, passando depois a 50% da isenção. Os promotores ficam ainda isentos do pagamento do imposto único sobre o património nas aquisições de imóveis destinados à sua construção e instalação, bem como no pagamento de direitos aduaneiros na importação dos equipamentos. Assim se fomenta o investimento e a economia, na versão cabo-verdiana. Um caso para estudarmos como fomentar o turismo nosso país, ao preço de uma cadeia de alta segurança.
Haja bô sensu, como lá se diz!

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