Após aprovar, recentemente, a quarta revisão do Programa de Financiamento Ampliado (ECF) e a primeira revisão do Mecanismo de Resiliência e Sustentabilidade (RSF) para Cabo Verde, abrindo margens para um desembolso de mais 14 milhões de dólares, o Fundo Monetário Internacional (FMI) está em Angola para avaliar o risco de pagamento da dívida angolana.
A missão da instituição financeira internacional surge no âmbito do monitoramento da capacidade de Angola em reembolsar o empréstimo de 3,7 mil milhões dólares, contraído a 07 de Dezembro de 2018, para apoiar as reformas macro-económicas.
Chefiada pelo director assistente do Departamento Africano, Amadou Sy, a missão do FMI decorre de 7 a 17 de Maio e está a colher informações relacionadas com as perspectivas económicas e orçamentais, medidas de contingência, políticas monetária e cambial, previsões do sector petrolífero, perspectivas da dívida e políticas de diversificação da economia, entre outras.
A missão programou, para o efeito, encontros com os ministros de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano; das Finanças, Vera Daves de Sousa; do Planeamento, Victor Hugo Guilherme; da Indústria e Comércio, Rui Miguêns; e com o governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Manuel Tiago Dias.
Num comunicado publicado em Setembro de 2023, o FMI informou que os riscos para as perspectivas de reembolso da dívida de Angola continuavam elevados, por causa da “forte dependência do sector petrolífero”.
Acrescentou que estes riscos, a médio prazo, dependiam, em grande medida, da recuperação do sector não-petrolífero e dos progressos no âmbito do plano de diversificação da economia, requerendo a contínua mitigação dos choques.
“Perante este cenário, seria importante aplicar medidas destinadas a mitigar o choque, incluindo permitir que a taxa de câmbio funcione como um amortecedor de choques e racionalizar algumas despesas”, sugeriu o FMI.