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Carteira de financiamento do BAD em Moçambique cresce para 1,3 mil milhões USD

Sebastião Garricha
31/5/2024
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Foto:
DR

O financiamento do BAD em Moçambique está distribuído em 49% no sector da energia, 32% nas estradas, 14% na agricultura e 2% na área de água e saneamento.

A carteira de financiamento do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) em Moçambique ascendeu para 1,3 mil milhões de dólares, com perspectivas de os apoios para projectos de resiliência às alterações climáticas crescerem, revela vice-ministra da Economia e Finanças do país, Carla Louveira.

Citada pela imprensa moçambicana, Carla Louveira afirma que o BAD financia projectos estruturantes que têm um impacto significativo na melhoria da vida dos cidadãos e que permitem completar aquilo que são os recursos do Estado na concretização do plano quinquenal do Governo. 

Falando à margem dos encontros anuais do BAD, que decorrem no Quénia, a governante revela que agora Moçambique está a avançar para matérias relativas às mudanças climáticas.

O financiamento do Banco Africano de Desenvolvimento em Moçambique está distribuído em 49% no sector da energia, 32% nas estradas, 14% na agricultura e 2% na área de água e saneamento, de acordo com a governante.

Além disso, Carla Louveira, que se encontra em Nairóbi desde segunda-feira (27), afirma que Moçambique está a trabalhar com organizações multilaterais para “aferir o potencial do crédito de carbono” do País, sublinhando que o Executivo já criou um gabinete de Financiamento Climático para estudar mecanismos de como “catapultar os ganhos provenientes da medição do crédito de carbono”.

“Estamos a articular em termos da assessoria técnica para que possamos enquadrar melhor e produzir legislação adequada para responder aos diversos instrumentos de conversão, quer seja de conversão de dívida por clima, quer seja de transformação dos créditos de carbono em potenciais impactos financeiros positivos para o País”, acrescenta.

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afectados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre Outubro e Abril.

O período chuvoso de 2018-19 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas dos ciclones Idai e Kenneth, dois dos maiores de sempre a atingir o País.

O Banco Africano de Desenvolvimento é a principal instituição africana de financiamento do desenvolvimento e encontra-se em Nairóbi por um período de cinco dias (27 a 31 de Maio) para debater “A Transformação de África, o Grupo Banco Africano de Desenvolvimento e a Reforma da Arquitectura Financeira Global”, reunindo mais de três mil participantes, entre políticos, governantes, economistas e especialistas de várias áreas de todo o mundo.

Os encontros deste ano incluem a realização da 59.ª Reunião Anual do Conselho de Governadores do Banco Africano de Desenvolvimento e a 50.ª Reunião do Conselho de Governadores do Fundo Africano de Desenvolvimento.

De acordo com o BAD, apesar de um “crescimento económico sustentado ao longo das duas últimas décadas, a transformação económica de África continua incompleta, com o PIB real do continente tendo crescido 4,3% por ano entre 2000-22, em comparação com a média mundial de 2,9%, e muitas das dez economias de crescimento mais rápido do mundo situavam-se em África”.

“Apesar deste sólido desempenho em termos de crescimento, a estrutura das economias africanas não se alterou significativamente nas últimas duas décadas, com os sectores da agricultura, da indústria e dos serviços a representarem, em média, 16%, 33% e 51%, respectivamente, do PIB global de África”, recorda a instituição.

O BAD conta com 81 Estados-membros, entre 53 países africanos e 28 países fora do continente, incluindo Portugal e Brasil.