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Centro orçado em mais de 600 mil USD ‘trava’ recurso ao estrangeiro para formação em controlo de poços

Victória Maviluka
15/7/2025
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Foto:
DR

Estabelecimento, que conta com quadros nacionais entre formadores, prevê acolher, anualmente, cerca de 800 técnicos, já com alguma experiência no ramo petrolífero.

Abriu as portas ao público, na sexta-feira passada, 11, em Luanda, o Centro de Formação em Perfuração, Completação e Controlo de Poços, um investimento público orçado em mais de 600 mil dólares, que surge como alternativa à formação de quadros na área, antes só possível com recurso ao estrangeiro.

Adstrito ao Instituto Nacional de Petróleos (INP), afecto ao Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, a unidade formativa está licenciada pela IWCF (International Well Control Forum) para formar técnicos de controlo de poços que sirvam o mercado petrolífero.

O centro foi instalado num dos compartimentos da ex-sede do MIREMPT, na Marginal de Luanda, com o objectivo de o aproximar das indústrias petrolíferas que actuam em Angola, particularmente da base da SONILS – ‘braço’ da SONANGOL para a área de Logística –, “em que as empresas prestadoras desses serviços mais actuam”, explica o director-geral do INP.

Alegria Raul Joaquim refere que, ao invés de as empresas despenderem recursos consideráveis para formar técnicos em países como Estados Unidos, Reino Unido e França, hoje, têm a possibilidade de obter estas certificações no País, com “os mesmos requisitos” das organizações internacionais que regem a certificação em controlo de poços.

“Isto tinha custos muito agregados para as empresas”, descreve o gestor, perspectivando que, anualmente, o mais novo centro adstrito ao Instituto Nacional de Petróleos capacite cerca de  800 profissionais já com alguma experiência na área.

“É comum fazer uma actualização, porque, até agora, as empresas obtinham as certificações fora, e estas certificações têm normalmente prazo de validade de até dois anos. As pessoas que não são profissionais terão sempre alguma dificuldade em fazer as formações. As certificações levam cinco dias, (...) significa que, para fazer uma formação e certificação em cinco dias, tem de ser profissional e tem de estar já a operar”, esclarece.

O Centro de Formação em Perfuração, Completação e Controlo de Poços, da jurisdição do Instituto Nacional de Petróleos (INP), conta com duas salas de aulas, com capacidade para oito estudantes cada, além de integrar um Laboratório de Validação de Competência em Controlo de Poços.

Centro conta com um Laboratório de Validação de Competência em Controlo de Poços

Lutar para ‘casa própria’

Principal figura na cerimónia de inauguração do Centro de Formação em Perfuração, Completação e Controlo de Poços do INP, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, prometeu acções no sentido de se encontrar um local para acolher em definitivo o centro.

“O Instituto Regulador de Derivados de Petróleo poderá também precisar das suas instalações. Portanto, é algo provisório, algo emprestado. E vamos tudo fazer para conseguir instalações próprias para este centro e acrescentar outras valências. Vamos trabalhar nisso”, assegurou.

O governante, a quem coube descerrar a placa de inauguração do estabelecimento, ao lado da colega Teresa Dias, que tem à cabeça o Ministério da  Administração Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPTSS), ressaltou a aposta na formação para o desenvolvimento do País.

“Vamos continuar assim, sempre a dar o nosso contributo para a diversificação económica, para a maximização de cada barril de petróleo que produzimos e, assim, darmos, no final, o nosso contributo para (...) a melhoria da qualidade de vida do nosso povo”, ansiou Diamantino Azevedo.

Já a titular do MAPTSS valorizou o investimento em projectos de fomento da empregabilidade: “Ao nível do [nosso] sector, temos trabalhado, de forma bastante próxima, com o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás. Portanto, continuamos nesse propósito, (...) pensamos que este caminho é o mais correcto e devemos, em sede das políticas, apoiar e estarmos o mais próximos possível”.