A sugestão é de Daniel Chapo, Presidente moçambicano, que cumpre, neste sábado, 17, o último de dois dias da sua visita oficial a Angola: Moçambique pode estar ligado a Angola por via ferroviária, através dos Corredores do Lobito e de Nacala. Do lado do Executivo angolano, há disposição para estabelecimento de parcerias de investimentos em “áreas de interesse mútuo”.
No dia em que aterrou pela 1.ª vez em Angola nas vestes de PR moçambicano, Chapo elencou, num encontro com empresários dos dois países, que, dentre as linhas de força da sua diplomacia económica, consta a geração de investimento directo estrangeiro, a consolidação das relações comerciais com o resto do mundo, em particular com o continente africano.
Sublinhou que a pretensão de consolidação das relações comerciais de Moçambique com o mundo visa maximizar o aproveitamento dos recursos do subsolo do país do Índico, com destaque para o agronegócio, a geração de energia, o desenvolvimento de infra-estruturas, como corredores de desenvolvimento.
“Em Angola, estamos a falar do Corredor de Desenvolvimento de Lobito; em Moçambique, temos os Corredores de Desenvolvimento de Maputo, da Beira e Nacala. E o Corredor de Lobito pode ser muito bem ligado ao Corredor de Nacala e desenvolvermos o nosso continente, a nossa região, os nossos dois países e os nossos povos”, sugeriu.
Daniel Chapo destacou que Angola e Moçambique têm infra-estruturas, indústria, recursos minerais, hotelaria e turismo como benefícios para os seus povos, e acrescentou que a sua participação no evento, decorrido em Luanda, tem como foco capitalizar a oportunidade que o fórum proporciona, enquanto plataforma de promoção de ambiente de negócios entre os dois países.
O 5.º Presidente da história de Moçambique realçou o conjunto de medidas adoptadas pelo seu Governo para o fomento e a atracção de mais investimento directo nacional e estrangeiro para alavancar a economia do país, como a entrada em vigor da nova Lei de Investimento Privado e o respectivo Regulamento.
O estadista moçambicano assegurou que estes diplomas estão baseados nas “melhores práticas internacionais” de promoção e atracção de investimento, concedendo “igualdade de tratamento” entre os investidores nacionais e estrangeiros, bem como “celeridade na tramitação de processos” de aprovação de projectos.
Daniel Chapo, que assumiu a presidência em Moçambique em Janeiro deste ano e veio a Angola a convite do homólogo João Lourenço, elencou ainda entre as dinâmicas impostas pelo seu elenco governativo a Reforma Fiscal que introduz incentivos fiscais, como a redução do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) de 17% para 16%.
A concessão e isenção de vistos de entrada no país para homens de negócios e para turistas provenientes de mais de 29 países ao nível comum é, também, segundo o Chefe de Estado moçambicano, um importante mecanismo que está a ser implementado pelas autoridades locais para a atracção de investimento directo.
Internacionalização das empresas angolanas
Presente, igualmente, no encontro promovido pela Associação Angolana de Bancos (ABANC) e pela Câmara de Comércio e Indústria Angola-Moçambique, o ministro de Estado e para a Coordenação Económica de Angola transmitiu “a dinâmica de transformação” que está a ocorrer na economia angolana e o potencial da cooperação e de investimento que isto está a gerar.
“O percurso de políticas económicas que vêm sendo implementadas permitiu que, no ano de 2024, fechássemos com um crescimento do PIB de cerca de 4,3%, o nível mais acentuado dos últimos 10 anos”, destacou José Massano, no evento organizado a propósito da visita de Daniel Chapo a Angola.
O sector não petróleo, precisou o governante angolano diante da presença do PR moçambicano, cresceu cerca de 5,1% e o sector agropecuário “atingiu o nível mais elevado na estrutura do PIB: estimamos que se tenha acentuado em torno de 22%”.
Na indústria transformadora, o sector alimentar e bebidas representa 45%, enquanto na estrutura do Produto Interno Bruto, o sector transformador não mineral tem um peso de 8%, reportou o ministro de Estado e da Coordenação Económica.
“Estamos a relançar o turismo e possuímos um parque de cerca de 20 hotéis disponíveis para compra ou gestão no âmbito do nosso programa de privatizações. Para projetos agrícolas de grande dimensão, reservamos cerca de 2 milhões de hectares de terra e estamos a realizar importantes investimentos nas infra-estruturas”, disse José Massano.

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