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Cimeira UA-UE: África quer pragmatismo numa relação com a Europa longe de “peias burocráticas”

Victória Maviluka
25/11/2025
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Foto:
DR

Presidente da UA reiterou o apelo à urgência de uma reforma abrangente do sistema financeiro global, que inclua mecanismos “mais justos de reestruturação da dívida” dos países africanos.

A relação que a União Africana (UA) mantém com a União Europeia (UE) deve ser guiada por um “espírito de pragmatismo”, refere João Lourenço, presidente da UA, para quem esta cooperação deve estar isenta de “peias burocráticas” que, muitas vezes, “retardam o bom andamento e a implementação de importantes acções projectadas conjuntamente”.

Para o também Presidente de Angola, que discursava na abertura da VII Cimeira UA-UE, que encerra hoje em Luanda, é útil que, em alguns aspectos, sobretudo os que dizem respeito às medidas para garantir a fixação dos jovens africanos nos seus países de origem, se promovam projectos que assegurem a empregabilidade desse segmento da população.

João Lourenço realça que este programa deve alicerçar-se na garantia da formação profissional dos jovens africanos, para darem resposta à carência de quadros que há no continente, a fim de se habilitarem a integrar as equipas ligadas à execução dos projectos conjuntos, e, desta forma, responderem às necessidades em termos de mão-de-obra de empresas europeias e outras que investem no continente.

Sobre empreendedorismo, investimento e todas as iniciativas que possam fazer mover as economias dos dois continentes, o político africano considerou pertinente a “necessidade vital” de África no acesso ao financiamento com “custos comportáveis”, para aplicá-lo na execução de obras de alcance estratégico, destinadas a garantir a electrificação do continente, a industrialização, a mobilidade de pessoas, bens e serviços e conseguir-se, assim, edificar as bases que vão impulsionar o desenvolvimento do continente.

“Permitam-me fazer uma alusão à 4.ª Conferência Internacional sobre o Financiamento para o Desenvolvimento, (...) durante a qual os nossos parceiros europeus assumiram um posicionamento que aplaudimos, por se terem manifestado sensíveis ao apelo (...) ligado à urgência de se trabalhar no sentido de se conseguir uma reforma abrangente do sistema financeiro global, que inclua mecanismos mais justos de reestruturação da dívida, a expansão das alocações de direitos especiais de saque e instrumentos inovadores de financiamento que apoiem o esforço de desenvolvimento africano”, disse.

No seu discurso no primeiro dia da Cimeira União Africana-União Europeia, a primeira que se realiza em solo angolano, João Lourenço observou que há uma “grande necessidade de uma nova visão” sobre a relação no plano financeiro entre África e as instituições creditícias internacionais, para que o continente possa investir no desenvolvimento sem a “asfixia provocada pelo endividamento insustentável” dos países africanos.