O Presídente da República e líder da União Africana (UA), João Lourenço, augurou, nesta segunda-feira, 24, em Luanda, que a 7.ª Cimeira União Africana-União Europeia se traduza numa oportunidade para os dois continentes fazerem uma reflexão profunda sobre a trajectória de cooperação, procedendo às correcções que se afigurem necessárias, pois entende que África e a Europa têm muito mais a ganhar do que a perder se caminharem sempre juntos.
“A Europa tem o know-how e a tecnologia, África tem as matérias-primas fundamentais para as indústrias do mundo, tem as terras aráveis que não estão ainda saturadas, contaminadas com excesso de fertilizantes e agrotóxicos, tem cursos de água abundantes para irrigação e para a produção de energia limpa, tem sol em abundância para a produção de energia igualmente limpa e tem abundante mão-de-obra jovem, que com formação adequada pode mudar o quadro vigente”, disse João Lourenço no discurso de abertura do evento.
O líder africano enfatizou que a Europa “só tem a ganhar” se tiver parceria e cooperação com uma “África desenvolvida”, que não remeta emigrantes ilegais para os países europeus através do Mar Mediterrâneo e que não tenha necessidade constante de pedir doações e o perdão da dívida.
Para João Lourenço, existem “muito bons exemplos” de cooperação entre a União Europeia e África, que se ilustram de uma maneira geral pelas iniciativas que englobam o Global Gateway e, no plano bilateral, particularizando a relação Angola-União Europeia, realçando a parceria que se desenvolve no âmbito do ‘Caminho Conjunto’, que, para o estadista angolano, se tem processado “de forma satisfatória”.
“Há bem poucos dias participei no Fórum Global Gateway em Bruxelas e, no decorrer desse grande evento, manifestei os pontos de vista de África e os nossos próprios sobre a cooperação que a União Africana desenvolve com a União Europeia”, recordou.
Assinalou alguns projectos estruturantes em África, designadamente os que estão relacionados com a aceleração da conectividade digital, com a transição energética e com o Corredor do Lobito, para quem se trata de uma infra-estrutura que representa grandes ganhos na ligação entre o Continente Africano e o resto do mundo.
O Presidente angolano e líder da UA disse que o Corredor do Lobito, que conta com financiamento europeu, vai alavancar a produção agrícola e industrial, viabilizar a integração económica regional e continental, promover o comércio no âmbito da Zona de Livre Comércio Continental Africana e também assegurar a canalização de minerais críticos e de importantes commodities.

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