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Combate ao lixo marinho: PNUD e Noruega criam "emprego verde" em Talatona

André Samuel
13/9/2025
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Foto:
DR e Cedidas

Estas oficinas têm como objectivo central capacitar, gerar fontes de rendimento e promover o empreendedorismo local, particularmente entre mulheres e jovens.

Foi oficialmente lançada esta sexta-feira, na Marginal do Benfica, município de Talatona, a "Iniciativa de Gestão de Resíduos: Por Oceanos Limpos e contra o Lixo Marinho". O projecto-piloto coloca as comunidades no centro da luta contra a poluição plástica e aposta na criação de emprego verde, transformando resíduos em oportunidade económica para populações vulneráveis.

A iniciativa surge como resposta aos críticos desafios de gestão de resíduos na região, agravados pelo rápido crescimento urbano, que sobrecarrega as infraestruturas e leva ao acúmulo de lixo nas ruas, rios e no oceano. Implementado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em parceria com a Embaixada da Noruega, o Município de Talatona e a Agência Nacional de Resíduos (ANR), o projecto visa directamente melhorar as condições de vida dos aproximadamente 210.000 residentes da Comuna do Benfica.

Com um forte enfoque no impacto social e económico, o projecto prevê a instalação de sistemas de recolha selectiva multi-contentores para melhorar a eficiência, a criação de centros de depósito com incentivos para a população e, sobretudo, o estabelecimento de oficinas comunitárias de reciclagem e upcycling (reutilização criativa). Estas oficinas têm como objectivo central capacitar, gerar fontes de rendimento e promover o empreendedorismo local, particularmente entre mulheres e jovens.

“Estamos a trabalhar lado a lado com organizações locais, líderes tradicionais e associações de base para garantir que cada voz seja ouvida e cada família se sinta parte desta transformação”, afirmou a Representante Residente do PNUD em Angola, Denise António, durante a cerimónia de lançamento, destacando o carácter inclusivo da iniciativa.

A Administradora Municipal de Talatona, Sandra Batalha, reforçou a dimensão económica, sublinhando que “o combate ao lixo marinho é também uma oportunidade para gerar emprego, fortalecer a cidadania ambiental e garantir um futuro mais saudável” para a comunidade.

O Embaixador da Noruega, Bjørnar Dahl Hotvedt, lembrou a importância da cooperação internacional, afirmando que “as ameaças à vida marinha são, consequentemente, ameaças à própria vida humana”.

Alinhado com o Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2023–2027 e com a estratégia de economia circular, o modelo agora implementado em Talatona serve como piloto e poderá ser replicado noutros municípios costeiros de Angola, representando um passo significativo na construção de uma economia circular com rosto humano, que protege o ambiente enquanto gera oportunidades para as populações.

O financiamento para o primeiro ano de implementação, no valor de 270.000 USD, está garantido. Os recursos para os anos seguintes dependerão do sucesso desta fase inicial.