A SONANGOL admite ter havido um impacto adverso na economia nacional provocado pela última subida nos preços dos combustíveis, mas afirma que está a discutir com estruturas do Executivo a possibilidade de se proceder a novos aumentos nos custos dos derivados.

Sebastião Pai Querido Martins, Presidente do Conselho de Administração da petrolífera estatal, referiu, nesta sexta-feira, 23, em Luanda, que a mexida nos preços dos combustíveis em 2023 foi um “reajuste muito pontual”, particularmente no preço da gasolina - de 160 para 300 Kwanzas.

“O mercado, de facto, numa primeira fase, reagiu, mas todos nós, também, temos presente que, logo a seguir, houve, também, a desvalorização e não permitiu trazer ganhos significativos para nós”, admitiu.

Dirigindo-se à imprensa durante a apresentação dos resultados da empresa no ano passado, Sebastião Pai Querido Martins adiantou que um novo aumento nos preços dos combustíveis deve acontecer quando se constatar que a oportunidade e a ocasião assim recomendam.

“Há-de haver mais [aumento nos preços dos combustíveis]? É algo que está em discussão e que o Estado com a SONANGOL e com os órgãos que fazem a gestão do controlo dos preços dos derivados estão a fazê-lo. E quando houver oportunidade e ocasião para isso acontecer, há-de ser comunicado previamente ao público em geral”, observou o PCA da maior empresa do País.

Resultado líquido caiu 41,5% em 2023

A SONANGOL anunciou, nesta sexta-feira, 23, em Luanda, que o resultado líquido registado pela petrolífera em 2023 foi de 3,1 mil milhões de dólares, comparativamente aos 5,3 mil milhões USD observados no ano anterior.

Este resultado representa uma queda de 41,5%, num ano em que a petrolífera estatal sublinha ter sido "marcado por múltiplos desafios, cujas consequências têm sido visivelmente nocivas, à escala global".

Em 2023, a SONANGOL registou um volume de negócios de 10,9 mil milhões de dólares, contra os 13,4 mil milhões USD de 2022, constatando-se uma descida na ordem dos 18,6%.