Os cinquenta anos de independência de Angola foram marcados por uma guerra civil que durou 27 anos, pela constante perda de valor da moeda angolana, pela forte dependência económica do petróleo e pela relativamente fraca aposta em políticas públicas inclusivas. Por outro lado, o forte despesismo estatal e a corrupção precisam de ser eficazmente combatidos.
Com a proclamação da independência política, a 11 de Novembro de 1975, estavam criadas as condições políticas para que Angola se assumisse enquanto Estado soberano com possibilidade de destaque socio-económico em África. Para isso, era preciso garantir a continuidade dos quadros que cá estavam, ou a sua substituição gradual por outros de igual competência profissional.
O que ocorreu entretanto foi um eufórico processo de descolonização, com a fuga acentuada de quadros e a consequente diminuição da capacidade económica de Angola. E o facto de o novo país ter mergulhado numa guerra civil em nada contribuiu também para a democratização das instituições advindas do sistema ditatorial anterior.
A guerra civil demorou 27 longos anos (de 1975 a 2002), com alguns intervalos pelo meio. Estima-se que tenham morrido em consequência directa da guerra, cerca de um milhão de pessoas, para além de ter havido mais de 4 milhões de deslocados internos, segundo estimativas da Human Rights Watch. Ademais, a guerra foi responsável pela destruição de infra-estruturas e pelo aumento da pobreza, da mal-nutrição e da fome. É preciso acrescentar que a deslocação forçada de pessoas ocasionou o aumento exponencial dos anéis suburbanos que circundam as cidades e vilas, para além de ter provocado uma grande pressão sobre os sistemas de esgotos citadinos.
O biénio 1991-1992 deve ser considerado em destaque, devido à introdução do multipartidarismo e do sistema democrático, com a realização das primeiras eleições gerais em Angola. O retorno à guerra não permitiu a consolidação do sistema e das instituições democráticas, o que veio a ocorrer, de forma atribulada, a partir do final da guerra civil, em Abril de 2002.
Vejamos o que é possível destacar em relação à economia do país e à sociedade angolana, ao longo destes 50 anos de independência política.
Dependência do petróleo
Em termos económicos, é preciso considerar a grande dependência do petróleo, num país construído a partir de uma colónia com exploração agrícola acentuada e com início de produção industrial, localizada esta nas principais cidades do país e seus arredores. Foi a partir do ano de 1966, com a descoberta de importantes jazidas petrolíferas no offshore de Cabinda, que o petróleo começou a ganhar importância económica em Angola.
Leia este artigo na íntegra na dição 'Especial Independência: 50 Anos a acreditar' da revista Economia & Mercado, já disponível nas bancas.

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