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Como agir doravante? Necessidade de diversificação económica e de políticas públicas inclusivas

Paulo de Carvalho
7/11/2025
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Foto:
DR

É preciso considerar a grande dependência do petróleo, num país construído a partir de uma colónia com exploração agrícola acentuada e com início de produção industrial.

Os cinquenta anos de independência de Angola foram marcados por uma guerra civil que durou 27 anos, pela constante perda de valor da moeda angolana, pela forte dependência económica do petróleo e pela relativamente fraca aposta em políticas públicas inclusivas. Por outro lado, o forte despesismo estatal e a corrupção precisam de ser eficazmente combatidos.

Com a proclamação da independência política, a 11 de Novembro de 1975, estavam criadas as condições políticas para que Angola se assumisse enquanto Estado soberano com possibilidade de destaque socio-económico em África. Para isso, era preciso garantir a continuidade dos quadros que cá estavam, ou a sua substituição gradual por outros de igual competência profissional.

O que ocorreu entretanto foi um eufórico processo de descolonização, com a fuga acentuada de quadros e a consequente diminuição da capacidade económica de Angola. E o facto de o novo país ter mergulhado numa guerra civil em nada contribuiu também para a democratização das instituições advindas do sistema ditatorial anterior.

A guerra civil demorou 27 longos anos (de 1975 a 2002), com alguns intervalos pelo meio. Estima-se que tenham morrido em consequência directa da guerra, cerca de um milhão de pessoas, para além de ter havido mais de 4 milhões de deslocados internos, segundo estimativas da Human Rights Watch. Ademais, a guerra foi responsável pela destruição de infra-estruturas e pelo aumento da pobreza, da mal-nutrição e da fome. É preciso acrescentar que a deslocação forçada de pessoas ocasionou o aumento exponencial dos anéis suburbanos que circundam as cidades e vilas, para além de ter provocado uma grande pressão sobre os sistemas de esgotos citadinos.

O biénio 1991-1992 deve ser considerado em destaque, devido à introdução do multipartidarismo e do sistema democrático, com a realização das primeiras eleições gerais em Angola. O retorno à guerra não permitiu a consolidação do sistema e das instituições democráticas, o que veio a ocorrer, de forma atribulada, a partir do final da guerra civil, em Abril de 2002.

Vejamos o que é possível destacar em relação à economia do país e à sociedade angolana, ao longo destes 50 anos de independência política.

Dependência do petróleo

Em termos económicos, é preciso considerar a grande dependência do petróleo, num país construído a partir de uma colónia com exploração agrícola acentuada e com início de produção industrial, localizada esta nas principais cidades do país e seus arredores. Foi a partir do ano de 1966, com a descoberta de importantes jazidas petrolíferas no offshore de Cabinda, que o petróleo começou a ganhar importância económica em Angola.

Leia este artigo na íntegra na dição 'Especial Independência: 50 Anos a acreditar' da revista Economia & Mercado, já disponível nas bancas.