As companhias aéreas africanas deverão adquirir, até 2040, mais de mil aeronaves para fazer face ao aumento do tráfego de passageiros e mercadorias no sector da aviação do continente nos próximos anos.
Atentas ao futuro do sector, as companhias aéreas estão a lançar aquisições que confirmam dados da fabricante americana Boeing, segundo os quais as empresas do continente necessitarão de 1.030 novos aviões no período 2021-2040, avança um extenso dossiê publicado pelo marroquino Le360.
Se algumas empresas têm bases sólidas para satisfazer as suas necessidades, outras contam com o apoio dos seus governos e/ou de parceiros de capital financeiramente sólidos com vista a redesenhar o mapa africano do transporte aéreo.
Para trás ficam as peripécias impostas pela Covid-19 às frotas das companhias aéreas africanas, que, como as do resto do mundo, ficaram paralisadas.
O quadro resultante da crise pandémica fez com que muitas companhias africanas quebrassem contratos de aluguer de aeronaves, adiando encomendas e até vendendo parte das suas frotas a preços mais baixos.
O único objectivo válido na altura, lê-se no artigo publicado nesta quinta-feira, 11, era reduzir ao máximo os custos, enquanto as perspectivas de recuperação do mercado aéreo só eram esperadas vários anos após a crise sanitária.
Contudo, observa o portal, a recuperação foi rápida e a procura global de aeronaves atingiu níveis quase sem precedentes. Entre a renovação de frotas envelhecidas, que se tornaram pouco rentáveis devido ao excesso de combustível, que se tornou muito caro, e à manutenção exigida por aeronaves de uma certa idade, as companhias aéreas apostam agora em aeronaves da nova geração, desenvolvidas pelas fabricantes Boeing e Airbus.
E as razões para a aposta em aeronaves das fabricantes americana e europeia são claras: esses aviões consomem menos combustível (entre 25 e 30% menos que os modelos antigos) e são mais confortáveis.
Além disso, muitas companhias aéreas africanas têm aeronaves antigas nas suas frotas e, portanto, são muito caras de operar e não oferecem melhores serviços de bordo, em comparação com aeronaves da nova geração (ligação wifi, ergonomia, mais espaço, tela individual, etc.).
Uma situação que levou a um frenesim de encomendas de aeronaves de quase todas as companhias aéreas do mundo, que os dois principais fabricantes - Boeing e Airbus - lutam para satisfazer.
Ethiopian Airlines no comando
Atendendo às futuras exigências do mercado de aviação, a Ethiopian Airlines, líder no transporte aéreo em África, accionou já o seu plano Visão 2035.
Com este programa, como avança o portal Le360, a transportadora etíope planeia aumentar a sua frota actual de 140 aeronaves para 271 aeronaves até 2035, quase duplicando a sua frota em 12 anos.
A partir de 2035, a transportadora etíope planeia transportar 65 milhões de passageiros para 207 destinos, contra os actuais 135, o que a colocaria entre as maiores empresas do mundo em termos de rede de destinos.
Além da Ethiopian Airlines, companhias como o EgyptAir, South African Airlines, Royal Air Maroc, Kenya Airways têm, igualmente, em marcha planos ambiciosos de reforço de frotas para atender à previsão de aumento do tráfego de passageiros e mercadorias no sector de aviação no continente nos próximos anos.

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