O Presidente da República, João Lourenço, afirmou no passado dia 4 de Julho de 2023, em Benguela, que o Corredor do Lobito vai potenciar as exportações intra-africanas, que actualmente respondem por apenas 14% do total das exportações para o resto do mundo.
A empresa que vai assumir a operação, gestão e manutenção da infra-estrutura ferroviária de transporte de mercadorias para o corredor de cerca de 1.300 km que liga o Porto do Lobito ao Luau, no leste de Angola, junto à fronteira com a República Democrática do Congo.
“Números como este mostram-nos a importância e a necessidade de colocar as nossas infra-estruturas ao serviço do desenvolvimento económico e social dos nossos países e do nosso continente. E aqui estamos a fazê-lo com visão, propósito e objetivos claramente definidos”, ressaltou o Chefe do Estado.
Por sua vez, o Ministro dos Transportes, Ricardo Viegas d’Abreu, referiu que o Corredor do Lobito é uma “poderosa infra-estrutura que marca definitivamente a imagem de Angola” perante o mundo, nomeadamente junto dos investidores privados e das entidades financeiras dos Estados Unidos, Europa e doutras geografias.
“Vemos o corredor ferroviário do Lobito como uma parceria entre os sectores público e privado. Uma parceria entre três países – Angola, RDC e Zâmbia – e entre três empresas – Trafigura, Vecturis e Mota-Engil”, lembrou Jeremy Weir, que na cerimónia falou em nome da Lobito Atlantic Railway.
Ressaltou o potencial do Corredor do Lobito como o “mais importante” da África subsaariana.
“Acreditamos que o corredor ferroviário do Lobito tem um enorme potencial para impulsionar o desenvolvimento de sectores ao longo de toda a linha, incluindo a indústria pesada, a agricultura e a mineração, criando empregos e novas oportunidades”, referiu.
Para Jeremy Weir o Caminho-de-Ferro do Lobito vai ser um catalisador para o crescimento e o investimento em Angola, na RDC, na Zâmbia e em toda a região. “Trata-se, de resto, duma visão partilhada pelos três países, que já assinaram um acordo para acelerar o crescimento do comércio doméstico e transfronteiriço ao longo do Corredor”, concluiu.
Investimento
A concretização de todo o potencial desta ferrovia exige um investimento significativo da parte do consórcio. O investimento a realizar incluiu a aquisição de 1.555 vagões e 35 locomotivas apenas para o lado angolano do corredor. A LAR está igualmente empenhada em em investir em formação, sendo que já dispõe de centros de formação profissional no Huambo e no Lobito, assim como no recrutamento de mão de obra local, que já tem em curso.
No total, o consórcio planeia investir 455 milhões de dólares em Angola e até 100 milhões de dólares na República Democrática do Congo, havendo potencial para a realização de investimentos adicionais no futuro, à medida que for explorada a oportunidade de estender o Corredor na Zâmbia, para alargar substancialmente os seus benefícios a toda a região.
Esta linha férrea será também uma rota mais rápida e segura para os passageiros que utilizam os serviços da empresa Caminhos-de-Ferro de Benguela. Estará ligada ao Porto do Lobito, completamente descongestionado, proporcionando uma alternativa aos portos da África Oriental, onde os atrasos e estrangulamentos são comuns. O Corredor do Lobito será também a rota mais rápida para exportação e importação da região para a Europa e para a América.
A operacionalização do Corredor do Lobito encerra também benefícios ambientais e de segurança, porque vai contribuir para a remoção dos camiões da estrada, o que reduzirá os atrasos frequentes nas fronteiras, o risco de acidentes de trânsito e a degradação das estradas, assim como a poluição do ar e as emissões de carbono.
O Corredor do Lobito estende-se, em Angola, por quase 1.300 km e continua depois por 400 km na República Democrática do Congo até Kolwezi, o coração do Copperbelt, estando igualmente ligado à extensa rede ferroviária administrada pela Sociedade Ferroviária Nacional do Congo (SNCC). A concessão, por 30 anos, foi atribuída ao consórcio Lobito Atlantic Railway, empresa conjunta constituída pela Trafigura Pte Ltd (“Trafigura”), líder de mercado na indústria global de commodities, Mota-Engil Engenharia e Construção África SA (“Mota-Engil”), uma empresa internacional de construção e a Vecturis SA, uma operadora ferroviária independente.

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