O volume de crédito malparado continua a representar um desafio para o sistema bancário angolano, declarou o presidente do Conselho de Administração da Recredit, Valter Barros, durante a intervenção na I conferência internacional sobre “Recuperação de Empresas e Insolvência”.
Tal facto, continuou, impacta na liquidez para a concessão de novos financiamentos e, sobretudo, na estabilidade económica do País.
Segundo dados oficiais recentes, afirmou o chairman da Recredit, na mensagem de boas-vindas aos convidados e participantes, que os créditos não confirming continuam a pressionar os balanços dos bancos nacionais, restringindo assim o papel dos bancos, como catalisadores do crescimento.
“Neste contexto, a actuação de entidades especializadas na recuperação de activos revela-se necessária, estratégica e urgente”, disse Valter Barros, quando interveio na conferência promovida pela empresa que preside.
Assim sendo, Valter Barros considera essencial promover o debate sobre soluções inovadoras, troca de experiência com outras jurisdições, reforçar os mecanismos legais e institucionais que sustentam a recuperação de empresas, sem perder de vista a gestão responsável.
Referindo-se ao desempenho da instituição da qual preside, quanto à matéria em voga, disse que a Recredit tem desempenhado um papel fundamental no fortalecimento do ecossistema financeiro nacional, actuando como agente dinamizador da recuperação de crédito no País.
Para a ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, que interveio (fugazmente) no evento via on-line, falar de insolvência está longe de significar fracasso, mas sim de recomeço, coragem de enfrentar dificuldades, reconhecer erros, ajustar rotas e persistir.
“Por trás de cada processo de recuperação está uma história; a oportunidade de salvar postos de trabalho; preservar cadeias de valor; recuperar crédito e, muitas vezes, restaurar a dignidade de quem empreendeu com honestidade”, afirmou Vera Daves de Sousa.
A ministra das Finanças também está convicta de que o sucesso do novo regime jurídico de recuperação e insolvência (já em vigor) vai depender da capacidade de o pôr a “funcionar” com eficácia.