Há muito que os vectores que minam a coordenação pretendida para a agricultura em Angola estão identificados, mas as acções voltadas para a pretensão de garantir a sincronia de toda a cadeia de valores do sector evidenciaram-se, até aqui, insuficientes.
Esta falta de sincronia na desejável sistematização do sector é apontada como determinante variável que condiciona e adia o sonho da diversificação da economia nacional, que olha, sobretudo, para a agricultura como a componente à altura de contrapor a velha influência do petróleo na ‘vida’ do País.
Dos insumos e maquinarias, passando pelo escoamento, logística e transportes até à investigação, tecnologia e recursos humanos, há um emaranhado de desconexões cuja busca da fórmula para a sua resolução já consumiu horas intermináveis de debates, workshops, conferências.
Nessas reflexões sobre os empecilhos ao alcance da auto-suficiência alimentar no País, é consensual a ideia segundo a qual, se depender dos recursos naturais de produção (terras e rios), estar-se-ia diante de um ‘falso problema’.
E mais: há quem incorpore a capacidade produtiva entre os ‘problemas resolvidos’. Ou seja, entre operadores agrícolas, paira uma corrente que acredita que Angola tem potencial de produção capaz de responder aos desafios do País, mas que não é devidamente aproveitado, por falhas no ecossistema agrícola ‘como um todo’.
“No corredor da zona do Kindege, é comum ver produtos do campo a deteriorarem-se. Nesta altura, com o desabamento de uma ponte que liga aquele município ao Nzeto, associado ao mau estado da estrada toda, quase todos os produtos agrícolas estão a estragar-se”, desabafa o agricultor Pedro Kiambi.
“Se não tens estradas e nem sequer terraplanagem, quem vai lá pôr o carro?”, atira, desolado, o agricultor, que diz não ter conseguido aproveitar nem mesmo 30% dos investimentos feitos no campo da laranja na última época agrícola, por falta de transportes para o escoamento dos produtos.
À semelhança de Kiambi, vários agricultores espalhados pelo País, mormente do segmento familiar – que comanda a agricultura em Angola – enfrentam dificuldades para escoamento dos produtos para os grandes centros urbanos.
Leia este artigo na íntegra na edição 245 da revista Economia & Mercado.

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