Adérito Areias, conhecido empresário do ramo salineiro, traça um quadro preocupante sobre o estado da economia azul no País. O operador, um dos painelistas da V edição da Conferência ‘Economia Azul’, denuncia casos de poluição no mar e pesca de arrastão em massa de peixes juniores.
A economia azul goza de saúde? “Penso que não. Temos que ser realistas (...), estamos a ter problemas ainda mais sérios, com invasões de outros segmentos. Temos que olhar para a economia azul de maneira a ter a sustentabilidade do nosso País”, afirmou.
Ao intervir na mesa redonda sobre ‘Financiamento e Valorização do Cluster do Mar’, Adérito Areias relatou que o País atravessa “problemas muito sérios no mar, problemas graves”, como a pesca de arrastão, para quem se trata de um fenómeno que apresenta “um aspecto catastrófico”.
“Estamos a dar cabo dos nossos [recursos pesqueiros] juniores, estamos a fazer poluição com as redes que se perdem [no mar], estamos a ter má qualidade na gestão das nossas embarcações quando criamos alguma poluição”, asseverou o empresário.
E continuou com as denúncias: “Estamos, por exemplo, na área das salinas, mas agora já saiu uma circular, da sra. ministra das Pescas, sobre o uso de telas plásticas, que não são telas, é plástico de construção, que estamos a ver por aí, por este País todo”.
Na conferência de iniciativa da revista Economia & Mercado e que decorre sob o lema ‘Financiamento e Valorização do Cluster do Mar — Da Protecção e Fiscalização à Transformação dos Recursos Marítimos’, Adérito Areias disse que há uma “série de dificuldades” com que o sector se depara, e sugere a criação de “sinergias rápidas” para alteração do quadro.
“Há um outro aspecto que falámos aqui, que temos que olhar, que é a piscicultura e a maricultura. Temos que olhar para isso com bons olhos, porque pode ser uma fonte grande de rendimento para as pessoas e de criar proteína animal para o nosso povo”, realçou.
Para o empresário, encontro do género “fazem bem”, pois criam oportunidade de operadores poderem “falar abertamente” aos órgãos de tutela do segmento sobre os problemas do sector, analisá-los e apresentar soluções.
“Volto a dizer aquilo que disse há pouco: Está mal, mas temos que fazer formação. O capital humano tem que ser formado, é a base para sairmos desta situação que nos vai levar ao desastre, se não olharmos para isso com bons olhos”, concluiu.

%20-%20BAI%20Site%20Agosto%20%20(1).png)













.jpg)