O Fundo Monetário Internacional (FMI) previu um crescimento de 2,6% para a economia angolana em 2024, destacando os altos riscos devido à forte dependência do país em relação ao petróleo, às vulnerabilidades bancárias e aos altos níveis de endividamento com acesso incerto ao mercado.

Essas conclusões fazem parte do relatório de consulta do Artigo IV do Conselho Executivo do FMI, que realiza uma análise anual da economia angolana, apresentado na segunda-feira, 11 de Março, em Luanda.

O FMI ajustou sua projecção de crescimento para a economia angolana em 2023 para 0,5%, influenciada por um declínio de 6,1% no sector petrolífero e uma desaceleração de 2,9% no sector não petrolífero. 

De acordo com o FMI, o desempenho deverá ser impulsionado pela melhoria na produção petrolífera, ao passar de 1,205 milhões de barris por dia em 2023 para 1,241 milhões de barris por dia em 2024 e pela recuperação do sector não petrolífero. 

O relatório também observa um aumento significativo na inflação em 2023, que atingiu 20% em termos anuais até ao final de Dezembro, impulsionado pela depreciação do Kwanza, e pelas reduções nos subsídios aos combustíveis, que começaram em Junho de 2023.

Além disso, o relatório afirma que o índice da dívida pública aumentou em 19% para cerca de 84% do Produto Interno Bruto em 2023, reflectindo, assim, a desvalorização da moeda nacional.