A economia da África do Sul é 37% menor do que teria sido se o país tivesse acompanhado o ritmo dos seus parceiros de mercados emergentes e mantido um crescimento anual de 4,5% desde 2010, de acordo com um relatório da Investec Wealth & Investment International.
Consultado pela Bloomberg, os dados do relatório indicam que, se tivesse mantido o ritmo dessas taxas de crescimento, o Produto Interno Bruto (PIB) nominal da África do Sul teria subido de 7,5 mil milhões de dólares para quase 12 biliões de rands (pelo menos 670 mil milhões de dólares) no ano passado.
O crescimento lento coincidiu, em parte, com uma era de corrupção generalizada no governo – conhecida na África do Sul como “Captura do Estado” – sob o ex-presidente Jacob Zuma que, segundo as estimativas do seu sucessor, Cyril Ramaphosa, custou à economia do país pelo menos 500 biliões de rands (27,9 mil milhões de dólares), escreve o Diário Económico esta quinta-feira, 5 de Junho.
Os dados do relatório consultado pela Bloomberg indicam que a lentidão causada por cortes de energia, criminalidade, infra-estruturas em ruínas e erros na política externa reduziu o crescimento para uma média de cerca de 1% ao ano nos últimos 15 anos.
“O valor acumulado das receitas perdidas é assustador”, afirmou Osagyefo Mazwai, estratega de Investimentos da Investec Wealth & Investment International, no documento, acrescentando que “isso é significativo, considerando as restrições fiscais enfrentadas pela África do Sul, e demonstra a necessidade de garantir o crescimento económico para aumentar os recursos fiscais e permitir ainda mais a capacidade do Estado de prestar serviços.”
De acordo com o documento, a África do Sul está a lidar com uma elevada dívida nacional bruta, com o PIB a atingir um pico de 77% este ano, num cenário em que se regista o crescimento populacional de 1,3% a ultrapassar o crescimento económico real, com as pessoas “em pior situação do que em 2010”.
“Em termos per capita, o resto do mundo é 50% mais rico do que o sul-africano médio”, frisou Mazwai, destacando que um crescimento contínuo de 1% não conduzirá aos objectivos previstos de tirar as pessoas da pobreza e abordar de forma significativa os problemas do desemprego e da desigualdade.

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