O Governo egípcio pretende mexer nas subvenções de produtos como o pão, o combustível e a electricidade para atender a reformas impostas por parceiros financeiros multilaterais, com destaque para o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Moustafa Madbouli, primeiro-ministro do Egipto, anunciou, recentemente, que as autoridades vão quadruplicar o preço de venda do pão subsidiado, do qual beneficiam 71 milhões de pessoas, o que, a acontecer, seria o primeiro aumento do género em três décadas, num país atingido por uma das piores crises económicas da sua história.
“Há mais de 30 anos que o preço do pão subsidiado não se altera”, explicou Madbouli, apesar de, ao longo desse período, o custo real do pão ter “multiplicado” várias vezes, “colocando um encargo financeiro para o Estado, que aumentou significativamente”.
O primeiro-ministro egípcio garantiu que as autoridades estão a estudar a possibilidade de reformar o actual sistema de subsídios para avançar gradualmente para o pagamento de subsídios financeiros.
Há dois anos que o Egipto atravessa uma das piores crises económicas da sua história, influenciada pela desvalorização da libra egípcia, que perdeu quase dois terços do seu valor face ao dólar.
A inflação atingiu 39,7% em Agosto de 2023, o seu nível histórico mais elevado, enquanto a inflação alimentar ultrapassou 70% em meados de 2023, noticia a imprensa local.
Para fazer face aos desafios macro-económicos, o país beneficiou, no início deste ano, de 50 mil milhões de dólares em empréstimos e investimentos, incluindo 35 mil milhões USD dos Emirados Árabes Unidos e financiamento do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial.
Já forçadas nos últimos anos a realizar reformas económicas para satisfazer os doadores internacionais, as autoridades egípcias pretendem também eliminar parte dos subsídios aos combustíveis e à electricidade.
Mas o preço do pão sempre foi uma questão delicada. No final da década de 1970, um anúncio do Governo sobre o aumento do preço do pão e de outros produtos alimentares provocou motins, que foram violentamente reprimidos pelas autoridades.

%20-%20BAI%20Site%20Agosto%20%20(1).png)













.jpg)