As instituições do ensino técnico-profissional registaram um aproveitamento acima de 70% durante o ano lectivo findo, revelou, esta semana, em Luanda, o director-geral do Instituto Nacional de Formação de Quadros (INFQE), Caetano Domingos.
À Economia & Mercado, o gestor disse que as instituições do ensino técnico-profissional (entre institutos técnicos e politécnicos) das 18 províncias estão prontas para o normal arranque das aulas no ano lectivo 2024/2025, a 02 de Setembro, com a previsão de 55.902 novos alunos.
“O balanço [provisório] é positivo, acima de 70% de aproveitamento. Porém, não temos as estatísticas dos recursos realizados na semana passada [para um balanço definitivo]”, frisou.
Por outro lado, o interlocutor disse que, apesar do aproveitamento “satisfatório”, os desafios para manter as referidas instituições são “enormes”.
“Os desafios passam pela falta de recursos didácticos e pela falta de professores em algumas cadeiras técnicas”, apontou. Especificando, disse que muitas instituições têm laboratórios e oficinas com materiais “obsoletos” adquiridos nos anos 80 e que precisam de ser renovados e substituídos por outros meios.
Com estes recursos, fica ainda mais difícil adquirir os meios necessários para a satisfação de todos. Neste momento, temos 590 instituições de ensino técnico-profissional, mais 11 de nível básico”, frisou.
Segundo o interlocutor, a carência de recursos didácticos nas instituições de ensino técnico e profissionais estende-se às demais províncias do País.
“Todas têm carência de recursos didácticos, mas a província de Luanda é a que mais carece destes recursos atendendo ao número considerável de institutos, muitas das quais criadas nos anos 90”, frisou.

Formação de quadros
O director-geral do Instituto Nacional de Formação de Quadros (INFQE), Caetano Domingos, disse que o Sector da Educação tem um défice de 70.000 professores para atender às necessidades, um quarto dos quais necessários para o ensino técnico-profissional.
Já em relação à formação de quadros, o gestor público disse que o órgão de tutela tem implementado, através do INFQE, a política nacional de formação, com o apoio dos parceiros como o Banco Mundial e a União Europeia.
“Monitoramos a formação inicial e contínua. Na formação inicial, destinada às escolas de magistério, nos cingimos na admissão de professores mediante uma prova conforme o Decreto nº. 273/20. Já para as escolas do ensino técnico e profissional, só este ano é que estamos a tentar realizar as provas de admissão”, esclareceu Caetano Domingos.
Para colmatar as lacunas no ensino técnico-profissional, realçou, “fizemos uma formação na Universidade José Eduardo dos Santos, com o apoio do Banco Mundial e da União Europeia, que abrangeu mais de 400 professores graduados”.
“Estes professores vão integrar o leque de quadros para o ensino técnico-profissional neste ano lectivo. Tudo isso para colmatar a lacuna que existe das disciplinas para o ensino técnico-profissional, disse.

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