Angola registou, na época agrícola passada, um aumento na produção interna de arroz na ordem de 158%, uma cifra, entretanto, ainda muito longe das necessidades de consumo, a contar pelo actual volume significativo de importação do produto: 470 mil toneladas, contra as 30 mil que produz.
“Na campanha agrícola passada, tivemos um aumento na ordem dos 241% na produção de trigo e de 158% na produção de arroz, fruto do engajamento dos produtores e acompanhamento do sector”, disse Domingos Veloso, director Nacional de Florestas, quando discursava na abertura da VI Conferência E&M sobre Agricultura, que decorreu nesta quarta-feira, 21, em Luanda.
Reagindo a estes resultados, o dirigente reconheceu e agradeceu o “empenho e dedicação” dos produtores familiares e dos empresários do domínio do trigo e do arroz, os quais destacou estarem a fazer “história” e que, por conta disso, conquistaram o “respeito e a admiração” das autoridades.
Domingos Veloso lembrou que a necessidade de se alavancar a produção interna de cereais, com destaque para o arroz e o trigo, levou a que o Ministério da Agricultura e Florestas elegesse o actual ano agrícola 2023-2024 como o “ponto de viragem” na abordagem que se tem sobre a produção destas duas importantes culturas, tendo, para o efeito, concebido o Plano de Fomento da Produção do Arroz e do Trigo.
“[Isso] sem descurar, naturalmente, a atenção que as outras culturas, integrantes desta cadeia, nos merecem, tais como o milho, o massango e a massambala, e, por extensão, o grão e as leguminosas, como a soja, o feijão, o amendoim e outros, pela sua importância na segurança alimentar e capacidade de impulsionar a produção pecuária e geração de economia de escala”, sublinhou o director Nacional de Florestas.
Arroz: um desfalque de 470 mil toneladas/ano
Não obstante o aumento na produção nacional de arroz registado na última campanha agrícola, Angola precisa de ultrapassar um acentuado défice na produção deste produto de 470 mil toneladas/ano.
É que, segundo o director Nacional de Florestas, actualmente, o País produz abaixo das 30 mil toneladas de arroz, contra as 470 mil toneladas que importa. Contas feitas, Angola regista um défice na produção de arroz acima de 1.500%.
“Durante este período [2018-2022], o País gastou só na importação de arroz cerca de 1,5 mil milhões de dólares. O consumo anual de arroz está estimado em cerca de 500 mil toneladas, entretanto, a produção interna deste produto, tão importante na nossa dieta, está abaixo de 30 mil toneladas”, assinalou Domingos Veloso.
Na conferência organizada pela revista Economia & Negócio, decorrida sob o tema ‘As Metas e os Desafios da Produção de Cereais em Angola’, o dirigente, que representava no evento o ministro da Agricultura e Florestas, elencou um conjunto de pressupostos que condicionam o aumento da produção de arroz e de outros produtos importantes na dieta dos angolanos.
“A resposta para os baixos níveis de produção deste e de outros produtos agrícolas está no aumento da produção interna, na remoção dos constrangimentos ainda existentes e no reforço das políticas sectoriais para garantir a auto-suficiência destes produtos, uma vez que Angola reúne as condições naturais para tal, sendo que, no passado, já foi um dos maiores produtores e exportadores de produtos agrícolas”, recordou.

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