Angola apresentou, nos últimos 50 anos (1975-2025), uma inversão ao passar de um país de rendimento baixo para o nível médio-baixo, de acordo com os dados do relatório de Desenvolvimento Humano do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD), compilados pela Economia & Mercado.
As causas do subdesenvolvimento estão relacionadas com razões históricas, resultantes do processo colonial, o longo período de guerra civil, a corrupção e o modo de organização e distribuição dos recursos. Em 1980, o IDH era de 0,378, tendo apresentado um crescimento insignificante para 0,390 em 1990, um aumento de meros 0,012 pontos percentuais em dez anos. Dados preliminares do Banco Mundial apontam para um PIB per capita de 830 dólares.
. A esperança de vida, já baixíssima em 1980 (42 anos), mal conseguiu chegar aos 44 anos em 1990. Os anos médios de escolaridade permaneceram abaixo de 3,5 anos, um dos valores mais baixos do mundo na época. Entretanto, a taxa de alfabetização dos adultos rastejava de 38% para 42%, mostrando como o sistema educativo estava em colapso; apenas 12% das crianças angolanas conseguiam completar o ensino primário no final da década.
Este fraco desempenho, que ficou abaixo tanto da média africana de 12% como da mundial (8,5%), reflectia os dramáticos custos humanos de uma guerra que já completava o seu primeiro decénio. Em 1985, os números apontavam para um recuo de 26%, para 644 USD do PIB per capita, reflectindo o agravamento da guerra civil. Na sequência da integração de Angola como membro do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, um novo ciclo assistiu-se entre 1986 e 1990, mas os danos causados pela guerra ainda eram visíveis.
O ADVENTO DA PAZ E O “MILAGRE ECONÓMICO”
No limiar do novo milénio, em 2000 a 2010, a situação pouco havia melhorado. Marcando um ponto de viragem com o IDH a crescer numa média de 12% (de 0,350 para 0,392), esta trajectória foi impulsionada pela combinação de três factores cruciais: o fim do conflito armado, a escalada dos preços internacionais do petróleo e um ambicioso programa de reconstrução nacional.
Com um PIB per capita de apenas 573 USD, Angola encontrava-se numa posição de dependência extrema. Cerca de um terço da população, aproximadamente 4 milhões de pessoas, encontrava-se deslocada internamente, vivendo em condições precárias em campos de refugiados improvisados.
Leia este artigo na íntegra na edição 'Especial Independência: 50 Anos a acreditar’ da revista Economia & Mercado, já disponível nas bancas.

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