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Fabrimetal projecta aumento de 66% da capacidade de produção de aço com entrada em cena de nova fábrica

Victória Maviluka
9/5/2025
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Foto:
Andrade Lino

Quando activar as máquinas na nova unidade industrial, a Fabrimetal não espera apenas aumentar o volume de produção, como também augura lançar “produtos diferenciados”.

Um pulo de 15 mil toneladas/mês para 25 mil é que o que a Fabrimetal espera alcançar assim que, em Setembro deste ano, colocar as máquinas a funcionar na sua mais nova unidade fabril, em construção  nas imediações do seu actual estabelecimento industrial, na Zona Económica Especial, em Viana, avançou o director-geral da empresa, Luís Diogo.

O gestor, que falava nesta terça-feira, 06, em Luanda, em entrevista exclusiva à revista Economia & Mercado, projectou para Julho o lançamento da unidade industrial, para, em Setembro, se dar o pontapé de saída da fase de produção propriamente dita.

“Esta unidade é para esse efeito: aumentar a capacidade, e o resultado dessa capacidade ser para exportação, portanto, alavancar a exportação com esta nova unidade”, informou o responsável da fábrica que produz materiais para construção civil como varões, barras de ferro, cantoneiras e perfis.

Luís Diogo especificou que, com a entrada em cena da nova unidade industrial, a Fabrimetal não espera apenas aumentar o volume de produção, como também augura lançar “produtos diferenciados”, como biletes (barras de aço semi-acabadas) de maior dimensão, numa resposta às exigências do mercado internacional.

Observou, entretanto, que, para se alcançar este desiderato, há a necessidade de o mercado oferecer um maior volume de matéria-prima, particularmente material ferroso, vulgo sucatas, compradas aos agentes que operam de forma legal e lícita no País.

“Não se consegue produzir aço sem ter matéria-prima”, reforça o gestor da indústria siderúrgica de direito angolano, observando que cerca de 65% da matéria-prima que serve de base de produção da Fabrimetal é de origem interna.

“O que vem de fora são  peças sobressalientes, elementos químicos… sílica, manganês… aliás, o manganês até já estamos a adquirir aqui também; encontrámos um fornecedor que já produz manganês aqui obedecendo critérios de qualidade”, sublinhou.

Adiantou que os sinais de alguma escassez de sucatas que o mercado nacional tem estado já a emitir levaram com que a gestão da Fabrimetal começasse a equacionar um plano voltado para a diversificação da obtenção de fontes alternativas de matéria-prima. 

“Existem mais pessoas a comprar [material ferroso]. E porque a sucata é um recurso que não vai ter as mesmas quantidades sempre, estamos a começar a pensar no minério de ferro”, precisou o principal gestor da empresa nascida em 2010, pertença do MMD Steel Business Group.

Criada em 2010, fábrica passou por um upgrade em 2020, com o lançamento de uma nova linha de produção, inaugurada pelo Presidente da República, João Lourenço

Primazia à solicitação interna

Luís Diogo informou que, apesar da produção da Fabrimetal estar alinhada com os padrões internacionais, a empresa persegue uma política que prioriza o mercado nacional. No entanto, referiu que tem havido stock para garantir alguma exportação.

“No ano passado, exportámos para o Senegal, Gana, Benin, Camarões. Portanto, estes mercados estão disponíveis para receber o nosso produto”, reportou Luís Nunes, que gere uma companhia que emprega mais de 800 trabalhadores, mais de 90% dos quais quadros nacionais.

Detalhou que, desde Junho de 2024, se tem assistido a uma procura crescente por aço no mercado interno, tendo, em face disso, a gestão da Fabrimetal limitado as vendas ao exterior do país e priorizado as solicitações internas.

Esta procura, precisou, levou a que, no ano passado, a empresa abdicasse de atingir a previsão de venda de 50 mil toneladas de aço ao exterior: “no ano passado, só exportámos cerca de 40 mil toneladas (...) E este ano, tínhamos um objectivo maior, mas, no 1.º trimestre, basicamente exportámos apenas para o mercado da RDC, porque a procura interna aumentou”.