Um pulo de 15 mil toneladas/mês para 25 mil é que o que a Fabrimetal espera alcançar assim que, em Setembro deste ano, colocar as máquinas a funcionar na sua mais nova unidade fabril, em construção nas imediações do seu actual estabelecimento industrial, na Zona Económica Especial, em Viana, avançou o director-geral da empresa, Luís Diogo.
O gestor, que falava nesta terça-feira, 06, em Luanda, em entrevista exclusiva à revista Economia & Mercado, projectou para Julho o lançamento da unidade industrial, para, em Setembro, se dar o pontapé de saída da fase de produção propriamente dita.
“Esta unidade é para esse efeito: aumentar a capacidade, e o resultado dessa capacidade ser para exportação, portanto, alavancar a exportação com esta nova unidade”, informou o responsável da fábrica que produz materiais para construção civil como varões, barras de ferro, cantoneiras e perfis.
Luís Diogo especificou que, com a entrada em cena da nova unidade industrial, a Fabrimetal não espera apenas aumentar o volume de produção, como também augura lançar “produtos diferenciados”, como biletes (barras de aço semi-acabadas) de maior dimensão, numa resposta às exigências do mercado internacional.
Observou, entretanto, que, para se alcançar este desiderato, há a necessidade de o mercado oferecer um maior volume de matéria-prima, particularmente material ferroso, vulgo sucatas, compradas aos agentes que operam de forma legal e lícita no País.
“Não se consegue produzir aço sem ter matéria-prima”, reforça o gestor da indústria siderúrgica de direito angolano, observando que cerca de 65% da matéria-prima que serve de base de produção da Fabrimetal é de origem interna.
“O que vem de fora são peças sobressalientes, elementos químicos… sílica, manganês… aliás, o manganês até já estamos a adquirir aqui também; encontrámos um fornecedor que já produz manganês aqui obedecendo critérios de qualidade”, sublinhou.
Adiantou que os sinais de alguma escassez de sucatas que o mercado nacional tem estado já a emitir levaram com que a gestão da Fabrimetal começasse a equacionar um plano voltado para a diversificação da obtenção de fontes alternativas de matéria-prima.
“Existem mais pessoas a comprar [material ferroso]. E porque a sucata é um recurso que não vai ter as mesmas quantidades sempre, estamos a começar a pensar no minério de ferro”, precisou o principal gestor da empresa nascida em 2010, pertença do MMD Steel Business Group.
Primazia à solicitação interna
Luís Diogo informou que, apesar da produção da Fabrimetal estar alinhada com os padrões internacionais, a empresa persegue uma política que prioriza o mercado nacional. No entanto, referiu que tem havido stock para garantir alguma exportação.
“No ano passado, exportámos para o Senegal, Gana, Benin, Camarões. Portanto, estes mercados estão disponíveis para receber o nosso produto”, reportou Luís Nunes, que gere uma companhia que emprega mais de 800 trabalhadores, mais de 90% dos quais quadros nacionais.
Detalhou que, desde Junho de 2024, se tem assistido a uma procura crescente por aço no mercado interno, tendo, em face disso, a gestão da Fabrimetal limitado as vendas ao exterior do país e priorizado as solicitações internas.
Esta procura, precisou, levou a que, no ano passado, a empresa abdicasse de atingir a previsão de venda de 50 mil toneladas de aço ao exterior: “no ano passado, só exportámos cerca de 40 mil toneladas (...) E este ano, tínhamos um objectivo maior, mas, no 1.º trimestre, basicamente exportámos apenas para o mercado da RDC, porque a procura interna aumentou”.