O Banco Nacional de Angola (BNA) reúne-se hoje, em sessão fechada do Comité de Política Monetária (CPM), para definir o custo do dinheiro nos próximos 45 dias. A decisão sobre a Taxa BNA, actualmente em 19%, será anunciada amanhã à imprensa, num contexto em que a inflação se tem enquadrado nas projecções do banco, que tem uma meta de 17,5% até final do ano.

Ao longo do ano, a autoridade monetária adaptou uma postura cautelosa, mantendo as taxas de juro principais estáveis durante quatro reuniões consecutivas, antes de decretar o primeiro corte em Maio.

Nas quatro primeiras reuniões o CPM manteve a Taxa BNA nos 19,5%, a taxa de cedência de liquidez nos 20,5% e, após uma redução inicial, a taxa de absorção de liquidez nos 17,5%.

Nesse período de estabilidade, a principal medida foi a redução progressiva do coeficiente de reservas obrigatórias em moeda nacional, que passou de 21% para 18%. Esta estratégia visou injectar liquidez no sistema bancário, na ordem dos 100 mil milhões de Kwanzas na primeira redução, baixar as taxas do mercado interbancário e fomentar o crédito à economia real.

A justificação para a manutenção das taxas, conforme comunicados do BNA, prendeu-se com o "ambiente de incertezas" internacional e os ajustes de preços administrados no país.

Atento à descida da inflação e ao sucesso das medidas anteriores de injecção de liquidez, o mercado segue com expectativa a reunião de hoje. A questão central é se o BNA considerará o ambiente económico favorável para um novo corte nas taxas de juro, dando continuidade ao ciclo de estímulo à economia ou se optará por uma pausa para consolidar os ganhos já obtidos.