A Fabrimetal volta a marcar presença na FILDA. Nesta edição de 2025, a 40.ª da maior feira de negócios do País, o que traz de novo?
Nesta edição, na verdade, não muda muita coisa. Primamos por estar presentes em todos estes eventos, no sentido de potenciar eventuais novos negócios. Os nossos produtos falam por si, basicamente, investimos muito em inovação e em produção sustentável. Temos uma gama de produtos bastante diversificada, desde varões, cantoneiras, barras, perfis. Aliás, somos, neste momento, a única empresa em Angola, totalmente angolana, a produzir cantoneiras, barras e perfis, não há outra. O que faz com que estejamos a dinamizar o mercado nacional e a evitar que existam as importações que há muitos anos existiam.
Há matéria-prima para as necessidades de produção?
Está muito difícil. Temos sofrido com algumas concorrências, digamos – também não encontro outra palavra –, desleais, porque a Fabrimetal prima por ser cumpridor de todos os compromissos, todos os impostos são liquidados a tempo e horas, e temos, neste momento, enfrentado alguns problemas, porque alguns dos nossos competidores não estão a fazer este tipo de pagamento.
Qual é o impacto desta alegada concorrência desleal?
Fazem com que o mercado não seja justo. O meu preço, automaticamente, tem que ser mais alto, porque tenho, também, que pagar os impostos, coisa que não acontece nos concorrentes. Eventualmente, isto faz com que arranjar sucatas, que, no fundo, é a nossa matéria-prima, se torne uma dificuldade, porque existem muitos mais produtores, e, se compram sem IVA e sem facturas, as pessoas querem é dinheiro na mão.
Não pagam impostos?
Infelizmente, ainda existe muito essa realidade, e, portanto, muitas vezes, privilegiam ir a esses fornecedores, porque, no caso da Fabrimetal, tem que ser tudo legal, tem que ser tudo declarado, tem que ser material que possa ser vendido. Por exemplo, temos uma política que não podemos comprar material, sejam carris, tampas de esgoto… não compramos isto, porque é para não potenciar o roubo dos produtos, dos bens públicos; enquanto, se calhar, alguns concorrentes nossos – e refriso, se calhar, não sei –, não têm esse critério.
Face à escassez de sucatas, a produção ainda dá para satisfazer as necessidades do mercado?
Neste momento, a produção começa a ser pouca. O mercado, felizmente, está em franca expansão. Tem havido projectos bastante interessantes e grandes; temos aí empresas muito conhecidas na praça, que têm ganho projectos muito bons, e temos estado a ser o parceiro, aliás, somos parceiros de muitas dessas empresas, e conseguimos, neste momento, estar a dar conta das solicitações, mas nota-se que a demanda está a aumentar, e o que prevemos nos próximos 6, 12 meses é que o produto que produzimos seja totalmente consumido para o mercado.
Existe alguma alternativa a esta escassez de matéria-prima?
Existe, sim. Estamos a tentar ver, eventualmente, alternativas como questões de exploração do minério, para tentar colmatar a falta de sucatas. Ainda é um processo que está muito no início, mas acredito que, talvez, nos próximos dois anos, a coisa dê um salto.
Onde fica a exportação em tudo isso? Há exportação?
Eu não diria que sim. Eu sei que existem empresas a fazerem exportação. A Fabrimetal, neste momento, tudo o que produz está a meter no mercado nacional.
Não está a exportar?
Não está a exportar. Estamos a construir uma nova unidade, que, praticamente, ficará pronta a partir de Outubro deste ano. E essa fábrica, sim, será uma conjugação entre a exploração do minério que prevemos mais o mercado internacional, nomeadamente a República Democrática do Congo, que pensamos que, eventualmente, podemos começar a exportar para lá.
Como ficam os postos de trabalho diante desta conjuntura?
Estão garantidos: E temos, aliás, aumentado os nossos postos de trabalho. Neste momento, temos cerca de 800 trabalhadores directos, muita mão-de-obra nacional. Temos a produção sustentável e estamos a colocar todo o produto no mercado para conseguir suprir a demanda. Temos feito um esforço, porque todos os meses existem variações de preços, a matéria-prima está muito difícil, a mão-de-obra também está cada vez mais significativamente cara, e, bem, também os salários aumentaram, tudo isto aumentou, e o mercado não tem acompanhado. No entanto, temos feito um esforço para tentar produzir e ter um produto de qualidade no mercado.

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