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Fitch mantém "rating" de Angola em "B-"

Adnardo Barros
17/11/2025
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A Fitch afirma que "a redução da dívida continua, mas está a abrandar", apontando para uma redução gradual do rácio da dívida sobre o PIB, de 54,2% no final de 2024, para 50% este ano.

A agência de notação financeira Fitch Ratings decidiu manter o rating de Angola em 'B-', com perspectiva de evolução estável, equilibrando a inflação e a dívida elevadas com as robustas reservas internacionais e o excedente da balança corrente.

O rating de Angola reflecte "indicadores de governação fracos, inflação elevada em relação aos seus pares, níveis elevados de dívida pública em moeda estrangeira e uma das maiores dependências de matérias-primas" entre os países analisados pela Fitch, escrevem os analistas.

Na nota que acompanha a manutenção da opinião sobre a credibilidade do crédito soberano em 'B-' (abaixo do nível de recomendação de investimento), a Fitch salienta, por outro lado, que "os excedentes da balança corrente e as reservas internacionais estão acima da mediana dos seus pares, o que proporciona alguma protecção contra os preços mais baixos do petróleo e o financiamento concessional ainda baixo".

Na análise aos principais indicadores económicos, a Fitch afirma que "a redução da dívida continua, mas está a abrandar", apontando para uma redução gradual do rácio da dívida sobre o PIB, de 54,2% no final de 2024, para 50% este ano e 48% em 2026, "devido a excedentes primários moderados e ao crescimento nominal".

Por outro lado, acrescenta, o financiamento concessional, ou seja, abaixo das taxas dos empréstimos comerciais e com maturidades mais longas, é limitado, o que encarece o custo de servir a dívida.

"As amortizações externas deverão atingir um pico de cerca de 7,5 mil milhões de dólares em 2025, face a 6,5 mil milhões de dólares em 2024, com mais de metade [dos pagamentos] a ocorrer no quarto trimestre de 2025, diminuindo depois para cerca de 6 mil milhões de dólares em 2026 e 2027", escrevem os analistas.

A Fitch alerta ainda que "os custos com juros permanecerão elevados devido aos elevados custos de financiamento interno e externo e ao acesso limitado a financiamento concessional para apoio orçamental", com o rácio dos juros sobre a receita fiscal nos 28%, quase o dobro da média de 15% registada nos países que têm um rating de nível B.