No fórum foram discutidas as questões dos novos tempos e desafios da Governance a luz das novas normas nacionais e internacionais, com destaque para a relação entre o conselho fiscal e as administrações das instituições bancárias em especial.

Quanto a lei do Regime Geral das Instituições Financeiras (Lei 14/21 de 19 de Maio),que define um novo conjunto de normas para as instituições financeiras, aproximando ao normativo europeu e mundial, como frisou Fernando Vasconcelos.

 “Vai ajudar a que o sistema financeiro angolano esteja preparado para situações complicadas e períodos difíceis” defendeu Mariana Aragão, administradora executiva do BDA.

 Fernando Vasconcelos, representante da PWC, frisou a importância do novo diploma e ressaltou o facto de que o novo diploma dá mais independência aos supervisores.

 No evento foram ainda discutidas a questão do peso cada vez maior da tecnologia na vida das instituições e na relação entre a administração e os accionistas, com destaque para Luis José, representante Primavera, que falou mesmo de uma bicefalia, conflito de interesses entre a administração e os accionistas, referindo que a tecnologia pode ajudar. “A tecnologia pode ajudar na participação dos accionistas na vida das empresas e no reporting”.

Outro ponto forte do fórum foi a atenção prestada a questão da supervisão que é feita pelas entidades que têm dever de garantir o melhor funcionamento do mercado financeiro. Edna Mascarenhas, responsável da Comissão de Mercado de Capitais(CMC) defendeu a necessidade de se trabalhar com o mercado. “…As medidas por si só não inibem os ilícitos, pelo que, temos de trabalhar com o mercado.” Disse a responsável, que fez ainda saber que as acções da CMC têm sido mais corretivas que sancionatórias. Entretanto, foram até agora aplicadas 6 multas no Governancee 76 no mercado.

 Por sua vez, Walter Pacheco, responsável da Bodiva, reconheceu a existência de operações suspeitas, entretanto garantiu que a Bodiva tem todo um sistema e operacionalidade para garantir que não sejam de branqueamento de capitais.

 Na sua explanação Gonçalo Gornen explicou que a fase que hoje vivemos, é no fundo parte de um processo que já vem de longe, e é, na sua perspectiva marcado por“5 grandes coisas”, nomeadamente: 1. divergência e convergência, 2. Pós segunda guerra mundial, depressão e o new deal que Franklin Delano Roosevelt liderou; 3.Recessão de 2008 que foi diferente, a medida que o seu efeito foi mais forte, “foram dois semestres seguidos de queda”, frisou., 4. Pandemia da covid-19 e 5.O lockdown, o confinamento inédito e todas as consequências para as economias em todo mundo.

O especialista fez saber ainda, que deste processo, fundamentalmente a última fase deste caminho, as economias emergentes responderam melhor que as mais desenvolvidas.