Cerca de metade dos acidentes fatais registados na indústria de petróleo ocorre devido à presença de nuvens de gases sem cheiro, sem cor e impossíveis de detectar a olho nu, alertou Vladimir Reznik, director de vendas da Honeywell para África.
Falando durante o “Workshop Técnico Internacional ANBC & Honeywell: Detecção de Gás, Medição e Controlo de Processos nos Sectores de Petróleo & Gás e Petroquímica”, realizado em Luanda, o especialista explicou que a formação rápida dessas nuvens é um dos riscos mais críticos nas operações de campo, reforçando que apenas o uso de tecnologia, como transmissores, sensores e detectores portáteis, permite identificar a ameaça antes de ocorrer qualquer exposição.
Reznik recordou ainda um acidente recente na Turquia, onde mudanças climáticas alteraram inesperadamente a direcção de deslocamento do gás, sublinhando que, embora os trabalhadores terem colocado detectores nas zonas consideradas mais vulneráveis, a nuvem surgiu por trás, provocando mortes entre membros de uma equipa de exploração no Upstream.
Além do risco de explosão, o especialista destacou o perigo dos gases tóxicos, citando casos em que concentrações próximas dos 700 ppm provocam colapsos imediatos, defendendo a ideia de que todos os trabalhadores devem estar devidamente equipados e treinados, mesmo em ambientes que pareçam controlados.
Mencionou, a este respeito, práticas consideradas seguras, como a extracção prévia de amostras de ar antes de entrar em salas ou áreas confinadas da produção.
Durante a apresentação, foi destacado o portfólio de tecnologias desenvolvido pela Honeywell, incluindo detectores singulares de gases, equipamentos fixos e sensores capazes de operar sem baterias, com vida útil de dois a três anos, além de “soluções completas” para monitorização de múltiplos gases, sistemas de alarme integrados e ferramentas para análise de atmosferas em sondas e locais de difícil acesso.

Evento junta especialistas e operadoras do sector
Realizado pela ANBC Technologies & Solutions, o workshop juntou gestores e engenheiros das principais operadoras nacionais e internacionais, incluindo Sonangol, Angola LNG, Pumangol, ExxonMobil, SBM, Azule Energy, Acrep e Etu Energy, além de especialistas técnicos e representantes do sector regulador, com o objectivo de reforçar a segurança e a eficiência das operações energéticas no país, num momento em que Angola consolida a sua posição como referência regional no domínio energético.
Proferindo o discurso de abertura, o CEO da ANBC, Avelino Branco, recordou que, em 2023, a empresa havia organizado actividades focadas noutros segmentos tecnológicos e que, este ano, a prioridade recaiu sobre soluções de segurança industrial, sublinhando o compromisso da respectiva instituição em garantir que os parceiros operam com equipamentos de segurança adequados.
“A falta de segurança tem um impacto incalculável. Um erro numa plataforma ou refinaria pode custar bilhões, além de vidas humanas, que não tem preço”, concluiu.

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