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Governo ‘carrega’ na IA para modernizar gestão de dados e reforçar cibersegurança

Sebastião Garricha
19/11/2025
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Foto:
Carlos Aguiar

Segundo André Pedro, foi assinado um contrato que marca o início da criação de um datacenter governamental de âmbito nacional, o qual deverá entrar em funcionamento nos próximos meses.

O Governo está a avançar com um conjunto de iniciativas para ampliar o uso da Inteligência Artificial (IA) na administração pública, modernizar infra-estruturas digitais e reforçar a cibersegurança, anunciou André Pedro, director-geral do Instituto Nacional de Fomento da Sociedade da Informação (INFOSI).

Participando na segunda mesa-redonda da VIII Conferência E&M sobre Transformação Digital, que decorre nesta quarta-feira, 19, em Luanda, o responsável comparou o avanço da IA a uma “autoestrada”, na qual cada utilizador precisa de se adaptar ao “veículo” adequado ao seu grau de preparação.

Para ilustrar o potencial da tecnologia, apresentou “um caso de sucesso” registado em 2023, quando o Governo decidiu efectuar um “apagão” nacional dos domínios para reorganizar o mercado e colocá-lo integralmente sob a sua tutela.

Explicou que a equipa responsável estava preparada para lidar com a operação graças à implementação de soluções de IA capazes de analisar grandes volumes de pedidos. “Recebíamos cerca de 6.000 e-mails por dia, e a IA estava treinada para identificar até 50 perguntas idênticas e emitir respostas automáticas, reduzindo o tempo de atendimento”, afirmou.

André Pedro acrescentou que, desde 2021, o Governo tem trabalhado para tornar a IA uma ferramenta estratégica, tanto no sector público como no privado, sublinhando que, em dezembro de 2023, foi assinado um contrato que marca o início da criação de um datacenter governamental de âmbito nacional, que deverá entrar em funcionamento nos próximos meses.

“O objectivo é juntar todos os operadores de datacenter e preparar decisões estratégicas que facilitem a integração das empresas e o uso eficiente da IA”, referiu.

Embora a iniciativa possa levantar questões sobre possível concorrência com o sector privado, o responsável esclareceu que o Estado não pretende assumir o papel de operador rival.

“O Estado deve ter capacidade de manter as suas próprias infra-estruturas, mas sem competir directamente. Estamos a criar condições para interligar todos os datacentros nacionais por fibra óptica e estabelecer um peering nacional de tráfego de dados, o que vai melhorar a qualidade da informação processada pelos motores de IA”, concluiu.