A Cidade de Luanda acordou diferente dos dias habituais. Algumas estradas foram cortadas, com os chamados lotadores a proibirem a actividade de táxi. Não há mesmo táxi e há registos de actos de vandalismo, com destaque para o Comité do MPLA do distrito de Benfica, que foi incendiado.
A paralisação foi convocada pela Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola (ANATA), Associação dos Taxistas de Angola(ATA) e Associação dos Taxistas de Luanda(ATL) e estende-se a nove províncias do país.
Os taxistas queixam-se do excesso de zelo dos agentes policiais de que são alvo e do mau estado das estradas, bem como exigem o reconhecimento das autoridades e a profissionalização da actividade.
Na sexta-feira passada, o ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Furtado, anunciou o regresso à lotação a 100% dos transportes colectivos. Ainda assim, os taxistas avançaram para a paralisação por, segundo fizeram saber, dos sete pontos que constam do caderno reivindicativo, as autoridades só atenderam a um dos pontos.
O problema de transporte em Luanda agudizou-se, nos últimos dois anos, devido à redução da capacidade de lotação dos veículos. No auge da pandemia, foram feitas promessas de melhoria, mas pouco foi feito.
Quem trabalha em Luanda e tem como única opção os autocarros públicos, arrisca-se sempre a atrasar. São horas a fio na paragem, aguardando pelo transporte, e outras no trânsito. São dois problemas, já devidamente identificados pelas autoridades, mas as soluções tardam a chegar. Por um lado, há carência de veículos para a elevada procura que se regista, por outro lado, faltam estradas e organização rodoviária que permita uma maior fluidez dos veículos. Mas, a estes junta-se outro, a interferência dos agentes reguladores de trânsito que são acusados pelos automobilistas de pedirem sempre dinheiro e têm os famosos azuis e brancos como alvos principais.
Em 2019, a cidade de Luanda tinha 213 autocarros a servirem a rede de transportes colectivos urbanos, em 54 rotas. Entretanto, as autoridades apontavam para uma necessidade de 1.800 veículos para 105 rotas.
Na altura, as autoridades admitiram que a oferta das empresas de transportes colectivos urbanos da capital cobria apenas 15% da procura da província.
Mais detalhes sobre esse assunto em breve na edição de Fevereiro da Economia & Mercado.

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