Dezenas de empresários e gestores angolanos participam, desde segunda-feira, 06, em Luanda, numa acção de formação sobre desenvolvimento sustentável empresarial, promovida pelo Grupo Acelerador.
Trata-se da segunda edição deste ciclo de formação no solo angolano. No Brasil, onde a iniciativa teve a sua génese há cerca de 10 anos, contam-se mais de 16 mil empresas visadas no programa formativo, estima a organização.
O objectivo é capacitar empresários, gestores e executivos que pretendem melhorar o desempenho das suas empresas, agilizando a eficiência dos processos e o engajamento de equipas, com o fim último a melhoria dos resultados para a sociedade, para os clientes e para os colaboradores.
Txissola Fernandes participa pela segunda vez na Formação Acelerador Empresarial e realçou que os conhecimentos adquiridos na edição de estreia, em Luanda, permitiram que a empresa do ramo cabeleireiro, que gere com o marido, registasse resultados nunca antes observados.
“A nossa intenção inicial era fazer [a formação] no Brasil. Felizmente, a iniciativa chegou ao nosso país, e não pensamos duas vezes. Não conseguimos ainda aplicar 100% daquilo que aprendemos. Mas conseguimos aplicar 40% daquilo que aprendemos na primeira turma e tivemos já [na empresa] um retorno de 50%”, relatou.
Maurício Guimarães, director Executivo do Grupo Acelerador em Angola e um dos formadores, conta, em entrevista à Economia & Mercado, que o ‘pano de fundo’ do programa de formação é transformar as empresas, tornando-as mais sólidas e eficazes no contributo à economia nacional através do fomento da empregabilidade e do contributo com impostos.
Como surge a iniciativa Formação Acelerador Empresarial?
A iniciativa diz respeito ao desenvolvimento do país. No sentido de quê? A gente sabe que as empresas, quando estão fortes, quando estão sólidas, geram mais empregos, fazem girar a economia, há mais impostos. Então, quando você gera mais empregos, quando uma empresa está mais sólida, quando ela permanece por mais tempo no mercado e por mais tempo a crescer, a empresa está a ajudar o país a desenvolver. É isso que a gente faz no Grupo Acelerador. Somos uma empresa que desenvolve outras empresas.
Já vão na segunda edição. Qual é o retorno?
O legado da primeira [edição] é uma série de empresários que já começa a colocar em prática esses conhecimentos, essas boas práticas de gestão e liderança. A gente já começa a ver empresas que, por exemplo, já estão a aumentar a facturação, estão a contratar mais pessoas por ajustes pequenos, simples, que não eram notáveis. Agora, percebem que, às vezes, pequenos ajustes fazem a empresa começar a ter resultados bem mais expressivos. Essa é a segunda edição em Angola, e já são 75 edições no Brasil com esse mesmo formato, com a mesma metodologia. Obviamente que a gente adaptou a linguagem, adaptou algumas coisas para atender mais às necessidades do público angolano.
Qual tem sido a adesão dos angolanos?
A adesão tem sido maravilhosa. O nosso último workshop, que foi há 40, 45 dias atrás, tínhamos 550 pessoas aqui. Isso demonstra que as empresas estão a querer avançar, e estamos aqui para ajudar.
Existe algum sector específico para os quais dirigem as vossas formações?
Bom, a nossa metodologia é transversal. Como falamos de gestão, de cultura organizacional, de posicionamento de mercado, de liderança e de processos indicadores, conseguimos penetrar em todos os ramos de negócios, em todos os segmentos. Essa é a grande vantagem; a metodologia ser transversal e atingir todo o mundo.
Qual é a carga horária da formação?
Em torno de 40 horas em 3 dias. A gente fala de formação, porque é comum para esse tipo de evento, mas, na verdade, é uma troca de boas práticas. Passamos para eles o que é que funciona nas empresas. É um método já validado; estamos há quase 10 anos a fazer isso lá no Brasil, tem dado resultados em muitas empresas. Então, o nome chama-se formação, mas, na verdade, é uma transferência de conhecimentos e boas práticas que faz com que os participantes comecem a aplicar cada um adaptando na sua empresa, segundo a fase em que cada empresa se encontra.
Já tem perspectiva para uma próxima edição?
Com certeza. Vamos fazer mais edições no próximo ano, nos primeiros meses do ano. Porque não viemos para Angola para voltar no ano seguinte; a gente está aqui, eu moro aqui. Existe uma sede própria aqui do Grupo Acelerador. Viemos para ficar, para ajudar as empresas a avançar.
O vosso programa contempla formações fora de Luanda?
Olha, tem gente aqui de Cabinda, de Benguela, gente de Huíla; as pessoas estão a vir para cá… Em princípio, as formações são aqui em Luanda. Mas, sim, pensamos na possibilidade de fazer outras coisas fora.

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