O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, alertou nesta segunda-feira que Angola enfrenta um "peso excessivo" da dívida, uma situação que torna o país particularmente vulnerável a choques externos e que exige uma reforma urgente da arquitectura financeira global.
Em conferência de imprensa após intervir na Assembleia Nacional, António Guterres disse que discutiu a situação econômica com o Presidente, João Lourenço, com quem manteve um encontro.
“Conheço muitos países africanos e, tal como em muitos deles, Angola suporta um fardo excessivo da dívida e continua excessivamente exposta a choques externos”, afirmou, lembrando que transmitiu a mesma mensagem recentemente na Cimeira do G20.
Guterres apelou a “uma reforma profunda da arquitectura financeira mundial que reflita o mundo de hoje e que ofereça financiamento acessível e previsível, em vez de penalizar as vítimas de crises que não causaram”.
O responsável defendeu igualmente que os países africanos devem ter “o lugar que lhes cabe” em todas as organizações internacionais, incluindo as instituições financeiras multilaterais e o Conselho de Segurança das Nações Unidas.
“É um escândalo que ainda não haja membros permanentes do continente africano” na ONU, afirmou, sublinhando que “o status quo é insustentável” e que, sem reformas, “gerações inteiras serão condenadas a pagar o preço de decisões tomadas noutros lugares”.
Guterres destacou ainda o papel de Angola como mediadora na região dos Grandes Lagos, atribuindo ao país a condição de “pilar da União Africana” e “parceiro importante das Nações Unidas”. O líder da ONU enfatizou que a nação angolana se assume como uma voz activa pela “reconciliação e por soluções africanas para crises africanas”, acrescentando, de forma peremptória; “Angola sabe quanto custa a guerra e quanto vale a paz”.

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