A COO da TIS, empresa integradora de sistemas, Sandra Camelo, defende que a tecnologia ajuda a melhorar a eficiência operacional, personalizar produtos e serviços e facilitar a análise de dados para uma melhor avaliação de riscos e tomada de decisão.

“A IA [Inteligência Artificial] e o big data ajudam as seguradoras a analisar grandes volumes de informações para identificar padrões, prever riscos, personalizar prémios de seguros e optimizar processos, o que reduz custos e aumenta a margem de lucro ao diminuir as perdas e melhorar a satisfação do cliente”, disse.

Reconhece existirem desafios diários por parte dos gestores na adaptação a estas novas tecnologias, destacando o alto custo de implementação, a necessidade de actualizar sistemas constantemente, a resistência às mudanças dentro das organizações e em questões de conformidade e privacidade de dados.

Em relação ao impacto na rentabilidade do negócio, Sandra aclara que as tecnologias como machine learning e IoT permitem uma avaliação de riscos mais precisa e em tempo real, o que possibilita uma precificação mais justa e personalizada, melhorando a rentabilidade ao reduzir sinistros e aumentando a retenção de clientes.

De acordo com a COO da TIS, existem oportunidades de crescimento e diversificação de produtos que a tecnologia oferece ao sector segurador através de seguros on-demand, microsseguros, produtos híbridos que combinam seguros com serviços de manutenção e monitorização.

“As empresas exploram estas oportunidades para atender a nichos de mercado e necessidades específicas dos consumidores. As inovações trazidas pela tecnologia são significativas, principalmente relacionadas com a transparência, eficiência e segurança: contratos inteligentes (smart contracts); subscrição e precificação, uso de criptomoedas baseadas em blockchain para agilizar pagamentos transfronteiriços, gestão de identidade e dados pessoais, rastreamento de cadeia de suprimentos para os seguros de carga e propriedade”.

Tendências, compliance e segurança

Relativamente às tendências tecnológicas que irão moldar o sector segurador, destaca a IA, machine learning, blockchain e IoT. Revela que as empresas estão a investir em pesquisa e desenvolvimento, estão a formar parcerias com startups de tecnologia e a recrutar talentos especializados para se manterem competitivas e inovadoras.

Alerta para a necessidade de se investir em soluções de segurança cibernética, seguir rigorosamente regulamentações como GDPR, e adoptar políticas internas restritas para protecção de dados e privacidade dos clientes.