Entretanto, não será necessário um grande esforço para compreender a previsão do FMI. Estes dois países são os principais amigos da Rússia e têm vindo a reforçar a cooperação energética com o Kremlin.
Para contornar as sanções, Moscovo tem aumentado consideravelmente a sua relação comercial com Nova Deli e Pequim e exporta agora mais petróleo e gás para a Ásia do que nunca.
Valdimir Putin tem sido exímio na forma como vai debelando as “dificuldades” que o Ocidente lhe vai criando. Em pouco mais de um ano, a Rússia tornou-se no primeiro fornecedor de petróleo dos dois países mais populosos do mundo. Os russos conseguiram o feito espantoso de ultrapassar a Arábia Saudita no ranking dos maiores exportadores de petróleo para a China.
O quadro é idêntico em relação ao gás. Em 2022, as exportações de gás russo para a China aumentaram 50% face a 2021.
Para 2023, prevê-se que a Rússia reforce a expansão energética na Ásia. Refere o vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, que o Kremlin continuará a procurar novos compradores em “países amigos”. E são muitos os que não aderiram às sanções aplicadas à Rússia.
A Coreia do Norte, por exemplo, entrará a breve trecho nesta equação. O presidente chinês veio agora declarar que quer reforçar as relações bilaterais com a Coreia do Norte. Ao contrário do que se pode julgar, os norte-coreanos mantêm algumas relações comerciais com o exterior. E Pequim é o seu principal parceiro comercial e estratégico. Portanto, antevê-se que parte do petróleo e do gás russos acabará na Coreia do Norte, por intermédio de Xi Jinping. E, claro, também a preço de saldos.
O quadro geopolítico global torna-se cada vez mais nítido. O presidente chinês considera de vital importância a relação entre a China e a Coreia do Norte. Putin não é indiferente a isso. A boleia é irrecusável. A ambição destes intervenientes é comum: agilizar a afirmação da causa socialista à escala global e acelerar o desenvolvimento de uma “nova ordem mundial”.
Foi a 4 de maio, na Índia, segundo notícia da Reuters, que o ministro dos Negócios Estrangeiros da China assegurou aos seus homólogos russo e indiano o aprofundamento dos laços bilaterais, prometendo que a relação de "coordenação e cooperação" só se fortalecerá. Esta manifestação de solidariedade ocorreu num encontro entre os ministros dos negócios estrangeiros dos países que integram a Organização de Cooperação de Xangai, um bloco de nações que abrange grande parte da Eurásia.

%20-%20BAI%20Site%20Agosto%20%20(1).png)













.jpg)