A Africell quer contornar a indisponibilidade do roaming nacional para melhorar os serviços e expandir a sua infra-estrutura de telecomunicações noutras províncias.
De acordo com o administrador para área de Estratégia da empresa, Gonçalo Faria, que interveio esta semana, em Luanda, no Fórum Angola Tech Hub 2022, a indisponibilidade do roaming nacional impediu que o sinal da Africell chegasse imediatamente à província de Benguela.
“Teria serviços em Benguela se o roaming nacional fosse uma realidade e, portanto, pudesse correr tráfego em infra-estrutura de outra operadora”, frisou, salientando que o roaming está na fase piloto há bastante tempo.
À margem do certame organizado pelo Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, em parceria com a Internet Technologies Angola (ITA), o administrador revelou que neste momento a empresa está a construir a sua infra-estrutura na província de Benguela e lamenta que a ausência do roaming nacional tenha retardado o início das operações.
À Economia & Mercado, Gonçalo Faria garantiu ainda que no curto prazo, a depender da disponibilidade de equipamentos, as províncias da Huíla, Benguela e Cabinda, terão o sinal da operadora.
Quanto a qualidade do sinal na província de Luanda, disse que o trabalho também não está concluído, mas que até o fim deste ano serão reforçadas diversas localizações de forma que a experiência de “boa qualidade” se mantenha assimétrica em todas as áreas. “Mesmo na província de Luanda, o trabalho não está executado”, frisou, sublinhando que neste momento a empresa tem infra-estruturas que lhes permite arrancar com os serviços.
2 milhões de assinantes em um mês
No primeiro mês de operação em Angola, a Africell conseguiu dois milhões de assinantes que aderiram os serviços móveis da empresa, embora marcada ainda com debilidades no sinal de voz.
Apesar das dificuldades para se estabelecer em toda extensão do território nacional, uma vez que está a expandir a sua própria infra-estrutura, Gonçalo Faria disse que o facto de a empresa ser 100% de capitais privados, obriga, ligeiramente, uma mudança de paradigma no sector das telecomunicações, onde o Estado tem tido tradicionalmente uma participação muito significativa.
Segundo o administrador, a entrada da Africell reequilibra a definição do interesse público e obriga uma evolução positiva no sector. “Somos um operador pan-africano, conhecemos outras realidades, sempre tivemos um foco no cliente, aquele que possa ter serviço deficitário ou não tenha serviço de tudo”, frisou, apontando a experiência na operacionalidade do Mobile Money como outro factor diferenciador. “Penso que as autoridades reguladoras, seguramente, farão um balanço positivo daquilo que tem sido a nossa contribuição”, vaticinou.
A presença da Africell em Angola, de acordo com o interlocutor, estimula uma evolução dos meios regulatórios, além de suscitar algum dinamismo no mercado e obrigar a pensar produtos diferentes, serviços diferentes e maneiras diferentes de estar no mercado.
“O consumidor angolano é muito exigente nas telecomunicações, não só do ponto de vista das tarifas, mas sobretudo na qualidade da experiência – sempre que algo novo está disponível no mercado o consumidor angolano adere e aloca o seu rendimento disponível para o fazer”, disse.
A Africell iniciou os seus serviços em território nacional a 7 de Abril deste ano e, no período promocional de três meses, isenta os pagamentos em ligações dentro da rede e estabeleceu uma tarifa fixa de 12 kwanzas.

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