A Zâmbia enfrenta uma forte subida na inflação, que atingiu o seu nível mais elevado em três anos, impulsionada pelo aumento de 115% nas tarifas de electricidade e pela escassez de alimentos.
Em Novembro, a taxa de inflação anual subiu para 16,5%, registando um aumento em relação aos 15,7% verificados em Outubro. De acordo com a Bloomberg, a situação reflecte o impacto de uma seca histórica e a desvalorização contínua da moeda local, o kwacha.
Citada no relatório da Bloomberg, a directora adjunta de Investigação e Disseminação de Informação na Agência Nacional de Estatísticas, Sheila Mudenda, refere que o aumento no custo de vida foi fortemente influenciado pela pior seca enfrentada pelo país em mais de um século.
“A seca prejudicou a produção agrícola e agravou a escassez de alimentos, resultando em aumentos substanciais nos preços dos produtos essenciais”, refere. Além disso, explica que a fraqueza do kwacha contribuiu para a subida dos preços.
A moeda zambiana perdeu valor frente ao dólar americano, tornando as importações mais caras e ampliando os custos de bens e serviços, incluindo a electricidade, que teve um aumento de tarifas de 115%.
Mudenda destaca que o aumento das tarifas de electricidade foram um dos principais motores da alta inflação, afectando directamente as famílias e outros sectores da economia, como o transporte e a produção industrial.
Segundo a Bloomberg, este cenário desafiante levou o Governo a procurar formas de mitigar os efeitos da inflação, mas as dificuldades estruturais, como a seca prolongada e a volatilidade cambial, continuam a pressionar a economia zambiana. “A expectativa é que a inflação continue elevada nos próximos meses, já que as condições climáticas adversas e as incertezas cambiais persistem”, lê-se.
Para tentar controlar a inflação, o banco central da Zâmbia aumentou a taxa de juro para 14%, o maior valor em sete anos, manifestando a abertura para tomar medidas adequadas se a inflação persistir acima da faixa de 6%-8%.