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Inflação no Botswana deverá desacelerar de 3,9% para 2,5% este ano

Hermenegildo Langa
28/4/2025
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Os preços médios dos bens e serviços na economia do Botswana, têm vindo a aumentar ligeiramente nos últimos meses, tendo se fixado em 2,8% em Março.

O Banco Central do Botswana (BoB) prevê que a inflação atinja uma média de 2,5% este ano, contra os 3,9% registados no ano passado, devido à possível descida dos preços dos combustíveis e à valorização do pula (principal moeda do país) face ao rand sul-africano.

Ainda assim, os preços médios dos bens e serviços na economia do Botswana, têm vindo a aumentar ligeiramente nos últimos meses, tendo se fixado em 2,8% em Março. O nível é, no entanto, ainda inferior ao intervalo de três a 6% considerado pelo BoB como ideal para a actividade empresarial e a estabilidade económica.

Os executivos do banco central consideram que a decisão dos Estados Unidos de impor tarifas comerciais globais fez baixar significativamente os preços internacionais do petróleo, que chegaram a atingir os níveis registados pela última vez durante a pandemia da COVID-19. Esta tendência deve-se principalmente ao impacto da guerra comercial, em particular com a China, nas perspectivas económicas mundiais.

Segundo o governador do Banco Central do Botswana, Cornelius Dekop, que falava no Monitor Business na semana passada, outro factor que deverá fazer baixar a inflação este ano será a fraca actividade económica local. “A previsão de inflação moderada deve-se aos efeitos de base da redução dos preços dos combustíveis e à actividade económica moderada”, frisou Dekop, citado pela imprensa local.

A fonte explicou ainda que a actividade económica moderada está relacionada com expectativas mais baixas de uma forte recuperação dos diamantes, dado o impacto das tarifas dos EUA nas perspectivas de crescimento global, bem como o movimento lento das iniciativas de transformação económica, como a diversificação.

Por sua vez, o director de Pesquisa e Estabilidade Financeira do Banco Central do Botswana, Innocent Molalapata, destacou, na mesma ocasião, que outros factores que levaram à revisão da previsão da inflação este ano incluem a redução esperada nas tarifas de água.

“Na altura em que fizemos a projecção, em Fevereiro, não tínhamos informação sobre as tarifas da água, mas agora sabemos que esperamos que estas baixem e isso terá um efeito descendente na projecção da inflação”, acrescentou o responsável.

Molalapata salientou ainda que outro elemento que deverá contribuir para o abrandamento da inflação é a revisão em baixa das expectativas de inflação na África do Sul. O gigante regional é responsável por uma grande proporção das importações do Botswana e os preços mais baixos nesse país levarão a uma inflação importada mais baixa.

“Esperamos também uma maior valorização do pula face ao rand, em comparação com o que tínhamos projectado na nossa última reunião. Isto deve-se principalmente à forma como o rand se deverá comportar face a outras moedas internacionais”, afirmou.

A última vez que a inflação esteve acima do intervalo de três a seis por cento do BoB foi em Abril de 2023. Desde então, a taxa de crescimento dos preços médios tem vindo a diminuir e, desde Setembro de 2024, tem sido inferior a três por cento.