Hoje, o seu valor está menos na tecnologia em si e mais na forma como é usada para resolver problemas reais, reduzir custos, simplificar processos e aproximar as organizações das pessoas.
Na Europa, e em particular Portugal, tem dado exemplos muito interessantes: o Guia Prático da Justiça responde a milhares de cidadãos com base em modelos de linguagem natural; o Alentejo.AI é um exemplo de como os municípios podem apoiar no atendimento turístico; a Elisa, assistente virtual criada para instituições sociais, automatiza tarefas administrativas, libertando tempo para o contacto humano; e a GovWise, plataforma aplicada à contratação pública, ajuda empresas a analisar concursos e responder de forma inteligente e automatizada reduzindo dias ao processo. Todos estes projectos têm algo em comum: usam a IA para melhorar o serviço público e não para o substituir.
Na região dos Emirados Árabes Unidos, podemos dar como exemplo o sector bancário e portuário. A EVA, assistente virtual do banco Emirates NBD, oferece interações de voz e chat em linguagem natural, proporcionando atendimento personalizado e acelerando a resolução de pedidos. A DP World, por sua vez, implementou um sistema de IA no porto de Jebel Ali que aprende com as operações diárias; o sistema eliminou 350 000 movimentos de contentores desnecessários por ano e reduziu em 20 % o tempo de rotação dos camiões, aumentando a eficiência e reduzindo custos.
A inteligência não está apenas nos algoritmos, mas na forma como os usamos para servir melhor
No continente Africano, o mesmo movimento começa a ganhar força. O Quénia lançou o LindaData, um chatbot que orienta cidadãos e empresas sobre privacidade de dados; o Benim criou o GPT-BJ para um acesso rápido à legislação nacional; e a Nigéria apresentou o Bimi, que utiliza IA para democratizar o acesso a dados sobre finanças públicas. Estas soluções mostram que o continente está a construir modelos próprios de transformação digital práticos, locais e inclusivos.
Para Angola, a oportunidade é clara. A IA pode ser um acelerador de produtividade e confiança entre cidadãos, empresas e Estado. Mas o ponto de partida não é a tecnologia é a capacitação dos cidadãos e empresas. Quanto mais compreendermos o potencial e as limitações da IA, mais eficazmente poderemos aplicá-la nos sectores produtivos, financeiros e administrativos. A IA não é um fim mas sim um meio, uma ferramenta que tem de se conhecer para aplicar.
E talvez valha a pena colocar uma questão: porque não lançarmos em Angola o “SIAC Digital” ? uma evolução do Serviço Integrado de Atendimento ao Cidadão, mas agora com a IA como aliada para simplificar procedimentos, personalizar o atendimento e melhorar a experiência do cidadão?
A inteligência não está apenas nos algoritmos, mas na forma como os usamos para servir melhor.
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