São longas filas dominadas por jovens de todas as idades. Revelam um olhar de quem quer ser abordado. Este é um cenário que se repete em cada edição da Feira Internacional de Luanda: a procura por emprego ocasional nos seis dias que fazem acontecer a maior bolsa de negócios de Angola.
À entrada principal do vasto espaço que acolhe a 40.ª edição da FILDA, Diogo, Onésia, Bernardo, Sérgio e David não hesitaram quando convidados a falar à revista Economia & Mercado. A disponibilidade revela a expectativa da partilha do currículo para um eventual contacto de trabalho.
Diogo Marcelino Mateus tem 34 anos, é morador de Viana, formado em Informática. Desempregado, é a primeira vez que chega à FILDA para tentar um emprego, não importa se ocasional e em que área de trabalho. Traz, por isso, como ‘activo’ a sua “total disponibilidade”.
Já com registos nestas lides, Onésia Muondo crê que ‘a terceira será de vez’. Identifica-se, por conseguinte, como resiliente. É um dos muitos jovens licenciados que procuram por emprego, no seu caso particular, por um emprego estável, já que é professora domiciliar e exerce, a título precário, actividades de secretaria.
De 24 anos, formada no ramo da Saúde, a moradora da Centralidade do Kilamba conta à reportagem da E&M que está apta para desenvolver, além de actividades ligadas à sua área de formação, tarefas administrativas, como secretariado ou recepcionista.
Bernardo Celestino Habreu, de 31 anos, está a cursar Comunicação Social e relata que qualquer oportunidade para “ganhar alguma coisa” seria uma ‘lufada de ar fresco’ às dificuldades por que passa para pagar os custos inerentes à formação universitária. Não é por acaso que veio cá parar após andar quilómetros a pé.
Com apenas 20 anos, Sérgio Marcos Magalhães já sente a necessidade de um emprego. Foi por isso que, na manhã desta terça-feira, 22, aproveitou o serviço especial disponibilizado por uma das operadoras de transporte colectivo no primeiro dia da FILDA 2025 para, com apenas 300 Kwanzas, sair do Kalemba 2 para a Zona Económica Especial (ZEE).
“Vim para aqui a fim de tentar a sorte. Espero conseguir um emprego que me possibilite ter dinheiro para dar continuidade à minha formação no ensino superior e suprir as minhas necessidades e as da minha família”, atira o jovem finalista do ensino técnico na área de Saúde.
David Makiesse João vem de Cacuaco. Aos 22 anos, frequenta o 3.º ano da faculdade, no curso de Engenharia Agronómica, após, no ensino médio, se ter formado em Electricidade, especificamente em Energias e Instalações Eléctricas. Apesar de estar na sua segunda tentativa, David não esconde a preferência em trabalhar na sua ‘zona de conforto’.
“Daria o meu máximo para desenvolver mais as minhas habilidades na área em que me formei, na área da Engenharia. No ano passado, estive aqui, mas não consegui nada. Mas, como ‘a esperança é a última a morrer’, estou aqui novamente, à procura de uma oportunidade”, afirma Makiesse.

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