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Manifestantes detidos vão hoje à julgamento sumário

José Zangui
26/10/2020
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Foto:
DR

As imagens da manifestação de sábado corre o mundo. Os detidos serão julgados sumariamente hoje, enquanto os organizadores agendam outra manifestação para 11 de Novembro, Dia da Independência.

Os 103 cidadãos detidos durante uma manifestação realizada no último sábado, 24, onde exigiam a realização das eleições autarquias em 2021 e a melhoria das condições de vida serão hoje julgados sumariamente, segundo o secretário de Estado do Interior para o Asseguramento Técnico, Salvador Rodrigues.

De acordo com o responsável, em declarações, esta manhã, à TPA, os detidos, entre os quais integrantes da UNITA, jornalistas e membros de organizações da sociedade civil, num total de 103 vão responder pelos crimes de desacato às autoridades e vandalismo.

“Os cidadãos em causa terão que explicar ao juiz as razões que os obrigaram a desobedecer as autoridades”, disse, tendo acrescentado que, "não entendemos como é que dirigentes de um partido se envolvem na manifestação que acaba em arruaça e desacato às autoridades. Não me parece que seja de urbano este comportamento. Diante do tribunal a que serão submetidos, teremos mais elementos para saber o quê que os animou”, enfatizou Salvador Rodrigues.

Por sua vez, o movimento organizador da manifestação, apoiado pela UNITA exige liberdade condicional de todos o detidos e diz que voltará às ruas caso os manifestantes sejam julgados.

A UNITA, em comunicado considera “inaceitável a postura partidária” do governador provincial de Luanda, Joana Lina que segundo acusa, orientou a repressão dos manifestantes.

O maior partido na oposição em Angola endereçou condolências à família da vítima mortal. Entretanto, as autoridades negam ter havido morte.

Entre os detidos da marcha estão o secretário-geral da Juventude Unida Revolucionária de Angola, o braço juvenil da UNITA, Agostinho Kamuango, o secretário da JURA em Luanda, Domingos Palanga, o presidente do Movimento Estudantil de Angola (MEA), Francisco Teixeira, a jurista Priscila Martelo e os activistas Nito Alves, Nelson Dibango e Laura Macedo e ainda seis jornalistas.

Em reação, o presidente do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) repudiou os acontecimentos.

Segundo Teixeira Cândido, a polícia obrigou o operador de câmara da TV Zimbo a apagar as imagens e agrediu o fotógrafo da AFP, apesar de este se ter identificado como jornalista.

O responsável salientou que a direcção do sindicato vai reunir-se para analisar os acontecimentos de sábado  e irá tomar posição sobre a actuação da polícia.