Angola está, geograficamente, posicionada numa zona favorável na África Subsariana que potencia a relevância dos seus principais portos, sublinhou, nesta quarta-feira, 17, em Luanda, o secretário de Estado para os sectores da Aviação Civil, Marítimo e Portuário.

Ao discursar na cerimónia de abertura da IV edição da conferência Economia Azul, de iniciativa da revista Economia & Mercado, Rui Carreira observou que, pertencendo a duas sub-regiões, a África Central e a Austral, o País vê favorecida a localização estratégica dos seus portos principais no Atlântico Sul, servidos por ligações rodoviárias e ferroviárias.

Para o governante, esta localização de Angola acresce vantagem geoestratégica dos corredores transversais, em particular o Corredor do Lobito, “crucial para o abastecimento dos Estados interiores da África Austral”.

Em relação à Estratégia Nacional para o Mar de Angola (ENMA), cerne do fórum que junta peritos e operadores do sector do Mar no País, Rui Carreira recordou que o documento foi criado há dois anos por decreto presidencial, por considerar o Mar “um factor geo-estratégico” de segurança, defesa e afirmação nacionais.

“Angola começa, com este documento, a dar forma e definição ao seu posicionamento como nação atlântica, seja na perspectiva de soberania, de economia, de protecção dos ecossistemas ambientais, e como potência logística, turística e piscatória”, afirmou o secretário de Estado para os sectores da Aviação Civil, Marítimo e Portuário.

Especificou que a estratégia identifica cinco sectores fundamentais, nomeadamente a Pesca, a Aquicultura e conservação dos ecossistemas, o Transporte marítimo (transporte e comércio), a Energia sustentável (minerais extractivos, gás, indústrias inovadoras, a Sustentabilidade ambiental (alterações climáticas e infra-estruturas costeiras) e a Governação, instituições e acções sociais.

Além da apresentação de um panorama sobre o sector do Mar em Angola pelo Partner da KPMG, Carlos Borges, a conferência reserva ainda dois painéis: ‘Diversificação Económica e o Cluster do Mar. Que caminhos no âmbito da ENMA?’ e ‘Blue Bonds, Produção Pesqueira e Sustentabilidade dos Recursos Marinhos’.