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Mercado absorveu todas as concessões disponibilizadas para exploração de blocos onshore

Victória Maviluka
6/6/2025
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Foto:
DR

MINREMPET, através da ANPG, tem trabalhado na elaboração de um novo plano de atribuição de concessões 2026-2030, que visa acelerar o próximo ciclo de descobertas.

As autoridades angolanas projectam uma nova era na exploração petrolífera em terra firme. No âmbito desta pretensão, foram disponibilizadas às operadoras blocos onshore, tendo todas as ofertas sido esgotadas, afirmou Lúmen Sebastião, director de Exploração da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG).

“Em todas as concessões que foram disponibilizadas, recebemos oferta para todos esses blocos. Então, se estivermos a falar de balanço, os 100% daquilo que foi oferecido o mercado absorveu”, disse o também porta-voz do Fórum de Exploração Onshore 2025, que decorre entre 5 e 6 de Junho, em Luanda.

Lúmen Sebastião informou que, neste momento, o pelouro do sector está a ‘fechar’ as negociações com as companhias que manifestaram interesse nos blocos onshore, sublinhando a existência de várias empresas novas que têm actuado no País e outras que têm manifestado interesse tanto no offshore como no onshore angolanos.

Em relação ao fórum, o  director de Exploração da ANPG disse que, inicialmente, a organização perpectivou a participação de 250 pessoas, e saudou que este número tenha sido superado, dada a presença no evento de mais de 350 participantes.

“A expectativa do fórum é nós reunirmos todos os especialistas da indústria e não só, a sociedade civil, as associações ambientais, e discutirmos aspectos inerentes à actividade de exploração no onshore sem tabus (...), e recebermos feedback dessas instituições ou desses especialistas sobre aquilo que estamos a executar nessas áreas”, explicou.

Bacias de Kassenje e Etosha-Ocavango no foco

Paulino Jerónimo, PCA da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG), elencou as bacias do interior do Kassenje e Etosha-Ocavango como estando no foco do programa de relançamento da exploração petrolífera no onshore angolano.

“No ano passado, reunimo-nos com o mesmo entusiasmo para falarmos sobre a exploração na zona marítima das bacias sedimentares. Hoje, voltámos aqui para falarmos sobre a exploração na zona terrestre destas mesmas bacias, isto inclui as bacias próximas da costa, neste caso Congo, Kwanza, Benguela e Namibe, bem como as bacias do interior do Kassenje e Etosha-Okavango. Estas duas últimas, devido à sua grande extensão, são de facto, neste momento, o nosso maior desafio”, realçou.

Ao proferir o discurso de boas-vindas aos participantes do Fórum de Exploração Onshore 2025, Paulino Jerónimo referiu que o propósito da ANPG é contribuir para a construção de “um futuro cada vez mais robusto” da indústria nacional, com base “no conhecimento partilhado, na preparação e na coragem de ir mais longe”.

“Desde o primeiro registo da existência de petróleo, passando pela primeira descoberta comercial no campo do Benfica, na zona terrestre do Kwanza, em 1955, até às conquistas em águas profundas e ultraprofundas nos blocos 14, 15, 17, 18, 31 e 32, Angola e seus investidores têm demonstrado visão estratégica, capacidade técnica na avaliação do potencial existente para transformá-lo em riqueza real”, descreveu.

O PCA da ANPG afirmou que o sector vive “um momento particularmente exigente”, em que a taxa de oposição de reservas “exige acção imediata” e a maturidade dos campos tradicionais “impõe inovações”, tais como a produção incremental e a exploração dentro das áreas ambientais. 

Por isso, observou Paulino Jerónimo, é importante que os trabalhos técnicos sejam acompanhados pela construção de contratos inovadores, que incentivem os investidores a apostar em diferentes bacias.

“É neste contexto que, sob a coordenação do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, a ANPG tem trabalhado na elaboração de um novo plano de atribuição de concessões 2026-2030, de modo a acelerar o próximo ciclo de descobertas e, assim, consolidar Angola como destino preferencial de investimentos exploratórios em África”, reportou. 

Um ambiente de negócio convidativo

O homem que tem à cabeça a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis afirmou estarem asseguradas a estabilidade legal, contratual e fiscal e todas as condições necessárias para “atrair e reter parceiros de excelência” interessados no sector de hidrocarbonetos angolano. 

Referiu que, enquanto concessionária nacional, a ANPG promove novas oportunidades de exploração, com agilidade na promoção de projectos petrolíferas, flexibilidade na definição de termos contratuais e fiscais e pragmatismo em encontrar soluções para investidores.

“Saudamos os resultados deste esforço, reflectidos tanto na manutenção das empresas presentes há décadas em Angola como na entrada de novos investidores. Nesta actividade, acreditamos, igualmente, que as pequenas e médias empresas têm um papel fundamental a desempenhar, criando valor local e posicionando-se como agentes de transformação no novo ciclo exploratório angolano”, perspectivou Paulino Jerónimo.