Os mercados e feiras deverão estar encerrados, esta quarta-feira, 24 de Agosto, data das eleições gerais deste ano, em cumprimento de um decreto conjunto dos ministérios da Administração do Território e do Comércio e Indústria.

Segundo a Angop, o documento refere que a medida se estende às superfícies comerciais que devem conceder dispensa necessária aos seus funcionários, nesse dia, para que os mesmos possam votar, ainda que trabalhem em regime de turnos. A medida é, igualmente, extensiva à venda ambulante e tem como objectivo garantir a participação massiva dos cidadãos no dia de votação.

Essa preocupação resulta também do facto de, em 2017, ter sido registada uma taxa de abstenção de 43%. Em relação às eleições gerais de 2008 e 2012, segundo Observatório Eeitoral Angolano, citado pelo Jornal de Angola, os dados eram fictícios, porque nessa altura não se tinha feito qualquer actualização.

Recorde-se que, em 2008, a abstenção foi estimada em 12,64%, enquanto em 2012 foi de 37,24%.

Para as quintas eleições gerais em Angola foram registados 14.399.000, dos quais 22.560 residentes no exterior. Entretanto, nos últimos meses, foram feitas várias denúncias de existência de pessoas falecidas na base de dado da Comissão Nacional Eleitoral.

O activista cívico Luaty Beirão denunciou que o amigo Carbono Casimiro, falecido em 2019, assim como pai, falecido em 2006, aparecem na base de dados como eleitores.

Para o governo, trata-se de um falso problema. Fernando Paixão, diretor nacional do Registo Eleitoral Oficioso, citado pela DW, disse que a culpa para este problema pode ser dos familiares, que não declararam devidamente os óbitos dos entes queridos ou os enterraram em cemitérios clandestinos. "O Ministério da Administração do Território não pode eliminar da sua base de dados cidadãos que não estejam devidamente declarados falecidos pelo órgão competente, que é o Ministério da Justiça."

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