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Moçambique: Exportação de açúcar cai 70% no primeiro trimestre

Sebastião Garricha
12/8/2024
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Foto:
DR

Segundo Pascoal Macule, director da Tongaat Hulett, grupo dono da usina de açúcar Mafambisse, a queda da produção de açúcar está associada ao mau tempo nos últimos anos em Moçambique.

O açúcar exportado por Moçambique no primeiro trimestre rendeu apenas três milhões de dólares, uma quebra de 70,7% face ao período homólogo de 2023, segundo dados do banco central.

Divulgado no último sábado, 10 de Agosto, pela Agência Lusa, o relatório do Banco de Moçambique (BdM), sobre a balança de pagamentos nos primeiros três meses do ano, diz que a quebra das receitas provenientes da exportação de açúcar moçambicano "deveu-se a uma redução do volume exportado, associada à baixa disponibilidade de cana-de-açúcar".

Os dados indicam que no primeiro trimestre de 2023 as exportações de açúcar renderam a Moçambique 10,3 milhões de dólares. 

De acordo com a Lusa, a produção de açúcar na Central de Açúcar de Mafambisse, na província de Sofala e uma das principais centrais de açúcar de Moçambique, está em queda devido aos efeitos combinados do mau tempo e das alterações climáticas.

Citado na notícia da Lusa, Pascoal Macule, director da Tongaat Hulett, grupo dono da usina de açúcar Mafambisse, também associa a queda na produção de açúcar ao mau tempo nos últimos anos no país.

Aliás, a perda de cerca de 8.000 hectares de cana-de-açúcar, matéria-prima para a produção de açúcar, devido aos efeitos das mudanças climáticas, também foi apontado como factor influenciador da queda acentuada na produção.

"Isso em Nhamatanda, devido à seca em nossos campos e ao fenômeno El Niño", lê-se na notícia da Lusa.

Localizada no posto administrativo de Mafambisse, no distrito do Dondo, em Sofala, a usina tem capacidade instalada para produzir 92 mil toneladas de açúcar por ano.
A Tongaat Hulett anunciou recentemente uma injecção de 500 milhões de rands (26 milhões de dólares) nas centrais de açúcar de Mafambisse e Xinavane, ambas em Moçambique e nas quais o grupo sul-africano é accionista maioritário.

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afectados pelas mudanças climáticas no mundo, enfrentando inundações cíclicas e ciclones tropicais durante a estação chuvosa, que vai de Outubro a Abril.