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Moçambique traça plano “ambicioso” de produção da castanha de caju até 2034

Hermenegildo Langa
27/10/2025
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Foto:
DR

O plano é avaliado em pouco mais de 374 milhões de dólares (23,7 mil milhões de meticais) e será implementado em todo o país.

O Governo de Moçambique, através do seu Ministério da Agricultura, Ambiente e Pescas (MAAP), anunciou um novo Programa de Desenvolvimento da Cadeia de Valor do Caju para 2025–2034, cujo objectivo é transformar a indústria da amêndoa “num sector competitivo, sustentável e gerador de emprego, sobretudo para jovens e mulheres”.

Avaliado em pouco mais de 374 milhões de dólares (23,7 mil milhões de meticais), o plano anunciado pelo ministro do pelouro, Roberto Albino, durante encontro em Maputo com os principais intervenientes da cadeia de valor do caju, será implementado em todo o país, com excepção da cidade de Maputo, e visa fortalecer a investigação, o fomento, a extensão rural, a comercialização e o processamento do caju, de modo a aumentar a produção, a renda dos produtores e o número de empregos directos e indirectos.

“Industrializar o caju significa gerar mais postos de emprego para jovens e mulheres. Pretendemos fazer com que a indústria funcione sem grandes intervenções do estado”, afirmou Roberto Albino.

Aposta no sector privado

Uma das grandes reformas-chave nesta cadeia de valor será a privatização da produção de mudas e da gestão dos viveiros. De acordo com o Executivo moçambicano, o programa 2025–2034 prevê quadruplicar a produção nacional, dos actuais 158 mil para mais de 689 mil toneladas.

Por outro lado, a meta prevê aumentar a assistência técnica de 230 mil para mais de 600 mil produtores, bem como expandir a capacidade de processamento de 40 mil para mais de 482 mil toneladas.

Outra meta central anunciada é a consolidação do processo de digitalização do sector, de modo a melhorar a rastreabilidade, transparência e eficiência da cadeia de valor.

O encontro que visava discutir os mecanismos de implementação e as reformas estruturais que vão sustentar a nova visão contou com a presença de representantes dos Ministérios da agricultura, ambiente e pescas, da Economia, da Autoridade Tributária (AT), produtores, processadores, exportadores, comerciantes e académicos ligados ao sector das amêndoas.

Nos últimos anos, Moçambique tem vindo a registar uma evolução significativa da produção da castanha de caju, tendo na campanha 2024–2025 comercializado aproximadamente 195 400 toneladas, valor que se aproxima do recorde histórico de 200 000 toneladas atingido na década de 1970, quando o país liderava a produção mundial da respectiva cultura.

O crescimento assinalável nesta cadeia de valor é resultante, segundo o Governo, de um conjunto de reformas implementadas nas últimas campanhas. Entre as várias medidas destaca-se a revisão em alta do preço da castanha de caju em bruto na presente campanha, fixando-se em 45 meticais por quilograma, um aumento de 10 meticais em relação ao valor praticado na safra anterior.