Moçambique registou um marco relevante na campanha de comercialização de castanha de caju 2024–2025, com a venda de aproximadamente 195 400 toneladas, valor que se aproxima do recorde histórico de 200 000 toneladas atingido na década de 1970, quando o país liderava a produção mundial da respectiva cultura.
Segundo dados oficiais, a cadeia de valor da castanha de caju em Moçambique tem vindo a evidenciar, nas últimas campanhas, um crescimento assinalável em resultado de um conjunto de reformas implementadas pelo Governo. Entre as várias medidas destaca-se a revisão em alta do preço da castanha de caju em bruto na presente campanha, fixando-se em 45 meticais por quilograma, um aumento de 10 meticais em relação ao valor praticado na safra anterior.
Além disso, o esforço conjunto dos actores do sector tem resultado num aumento significativo do plantio de cajueiros, o que se reflecte na subida dos níveis de produção nos últimos anos.
Associado a estes factores, de acordo com o Ministério de Agricultura e Pesca do país, a indústria nacional de processamento, com uma capacidade potencial de 110 000 toneladas, tem vindo a reerguer-se e a retomar os anteriores níveis de crescimento.
À Revista Economia & Mercado (E&M), o director provincial de Agricultura e Pescas de Maputo, Paulo Cossa, explicou que actualmente a cadeia de valor da castanha de caju envolve 1,4 milhão de produtores, 69 empresas e 7287 trabalhadores em todo o território nacional, sublinhando a importância socioeconómica do sector para as zonas rurais.
“Nas últimas duas décadas, Moçambique tem investido na revitalização da fileira do caju, através de apoio técnico aos produtores, reabilitação de fábricas de processamento e melhoria do acesso aos mercados. Após uma queda acentuada no período pós-independência devido ao conflito armado, o sector tem vindo a recuperar progressivamente, impulsionado por iniciativas conjuntas entre o Estado e o sector privado”, acrescentou o governante.
A fonte sublinhou ainda que para o Executivo moçambicano, a castanha de caju é vista como “uma cultura estratégica voltada à diversificação das exportações, promoção da segurança alimentar e criação de emprego, sobretudo nas zonas rurais onde continua a ser uma das principais fontes de rendimento das famílias”.
Adicionalmente, o governo olha para a recente assinatura de um acordo entre Moçambique e a China, como uma nova oportunidade para a exportação de castanha de caju para o mercado chinês. “Este acordo é visto como uma importante janela de oportunidade para os produtores, processadores e exportadores, podendo trazer benefícios directos ao aumentar as possibilidades de comercialização”.
Contudo, o desafio actual prende-se com a melhoria da qualidade e promoção das amêndoas moçambicanas, visando ganhar a competitividade no mercado internacional.

%20-%20BAI%20Site%20Agosto%20%20(1).png)













.jpg)