Ao debruçarmo-nos sobre a modernização do sistema de pagamentos de Angola, é incontornável ter em conta a evolução do sistema bancário, pois estão, finanças e banca, intimamente ligados.
Numa perspectiva evolutiva, é fundamental articular a cronologia da evolução, passando pelas várias etapas que foram relevantes para o presente e que servem de base para preparar o futuro.
O dinheiro físico como instrumento de pagamento tradicional
As transformações político-económicas pós-independência tiveram o objectivo de consolidar o controlo do sistema financeiro pelo Estado angolano, com a adopção do sistema económico centralizado, mantendo o domínio do sector bancário, sem ter um foco claro em bancos comerciais e onde as operações de pagamento eram maioritariamente manuais, em que os instrumentos de pagamento tradicionais eram dinheiro físico, cheques e ordens de saque.
Nessa altura, que iniciou em 1987 e durou até ao início dos anos 1990, não se podia falar em tecnologia porque a infra-estrutura tecnológica era inexistente.
Foi, essencialmente, priorizada a reforma do sector financeiro atendendo à importância da mobilização das poupanças, na distribuição de recursos e na estabilização macro-económica.
Com a reforma do sistema económico iniciada nos anos 1990, com a transição para uma economia de mercado e com base na primeira lei das Instituições Financeiras, deu-se início à implementação de um sistema bancário em que o Banco Nacional de Angola (BNA) passou a exercer a função de Banco Central, consagrado como autoridade monetária, agente da autoridade cambial e separado das funções comerciais, deixando de abrir contas de depósitos tanto em moeda local como em moeda estrangeira.
O sistema bancário nacional passou a ser composto por dois bancos comerciais angolanos constituídos sob forma de sociedades anónimas de capitais públicos, para além do BNA.
O surgimento do dinheiro electrónico
O mundo vivia já a 4.ª revolução digital e a tecnologia dava espaço a processos financeiros mais abrangentes e inclusivos. Na operacionalidade de uma estratégia de desenvolvimento e modernização do sistema financeiro angolano constava, dentre outras acções, a criação de novas, mais fiáveis e modernas formas de transacções financeiras. Esta estratégia passava pela desmaterialização dessas transacções, o que veio a acontecer com a bancarização dos salários e a progressiva desmaterialização de valores em numerário.
Este processo de bancarização foi interessante, na medida que contribuiu para o surgimento de produtos financeiros de poupança e de crédito.
A abertura do mercado para os bancos comerciais com capital estrangeiro aportou outra experiência, e oferta da solução de cartões foi feita por bancos, de forma isolada.
Leia este texto na íntegra na edição 'Especial Independência' da revista Economia & Mercado, já disponível nas bancas.

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