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Nações Unidas condenam golpe de Estado na Guiné-Conacri

Cláudio Gomes
6/9/2021
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Foto:
DR

A ONU condenou a tentativa de “tomada de poder” na Guiné-Conacri logo após as forças especiais do país terem anunciado a detenção do Presidente Alpha Condé na televisão estatal.

António Guterres mostrou-se preocupado com a tentativa de tomada do poder por efectivos das forças especiais, bem como com o anúncio da dissolução das instituições e encerramento das fronteiras terrestres e áreas.

Segundo o Expresso, que cita as agências de notícias, o secretário-geral da ONU apelou, numa publicação no Twitter, “à libertação imediata do Presidente Alpha Condé”, acrescentado estar a seguir a situação “de muito perto”.

Os militares que terão tomado o poder no fim de semana passado, de acordo com o jornal português, enviaram, à Agence France Presse (AFP), um vídeo onde afirmaram terem capturado o Presidente Alpha Condé.

O tenente-coronel, Mamadi Doumbouya, que supostamente está a frente de uma força de elite nacional, disse, lendo um comunicado na televisão estatal, onde aparece rodeado por outros militares, que não vão “continuar a confiar a política a um homem", mas "vamos confiá-la ao povo”, garantindo que o caminho será avançar para a dissolução da Constituição e para o encerramento de fronteiras durante uma semana.

Na mesma declaração, não foi feita nenhuma referência à captura do Presidente e igualmente não foi confirmada a veracidade das imagens de vídeo onde Alpha Condé aparece sentado num sofá, de calças de ganga e camisa, recusando-se a responder se foi mal tratado.

“Decidimos, depois de retirar o Presidente, que actualmente está connosco (...), dissolver a Constituição em vigor e dissolver as instituições; decidimos também dissolver o Governo e fechar as fronteiras terrestres e aéreas”, afirmou, num vídeo enviado à AFP, um dos membros do grupo, que se apresentou de uniforme e armado.

Mamadi Doumbouya, na declaração emitida na televisão estatal, criticou a falta de progresso económico desde que o país se tornou independente de França em 1958.

“Se olharem para o estado das nossas estradas, se olharem para o estado dos nossos hospitais, percebem que 72 anos depois é tempo de acordar.”

O Ministério da Defesa da Guiné-Conacri garantiu que se conseguiu evitar a tentativa de golpe. Aquela instituição, informou, em comunicado, que “os insurgentes semearam o medo” em Conacri antes de tomarem o palácio presidencial, mas que “a guarda presidencial, apoiada pelas forças de defesa e segurança leais e republicanas, conteve a ameaça e repeliu o grupo de atacantes”.

Alpha Condé, de 83 anos, foi eleito em 2010, naquelas que são consideradas as primeiras eleições democráticas na Guiné-Conacri desde a independência de França. Em 2011, sobreviveu a uma tentativa de assassinato depois de a sua casa ter sido invadida por homens armados, temendo-se na altura um golpe de Estado.