O governo namibiano autorizou, recentemente, o abate de pelo menos 700 animais selvagens, nos parques de caças, por conta da fome que assola aquele país da África Austral, soube a E&M da imprensa internacional.  

Num comunicado, o Ministério do Meio Ambiente, Florestas e Turismo da Namíbia justificou a medida, alegando ser necessário e está de acordo com o mandato constitucional usar os recursos naturais para o benefício dos namibianos, numa altura em que o país luta contra a seca. A mais severa nos últimos 100 anos, de acordo com a ONU.

Pelo menos 84% das reservas alimentares da Namíbia esgotaram, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), metade da população (de 2,5 milhões de pessoas) deverá experimentar altos níveis de insegurança alimentar durante o período de escassez (Junho a Setembro de 2024).    

Um dos altos funcionários da ONU na Namíbia, em declarações recentes à imprensa, considerou a situação actual como uma crise humanitária que se tem falado pouco, tendo chamado atenção para a necessidade de se tomar medidas emergentes a fim de se contrapor os efeitos da seca.

A campanha governamental de abate de animais selvagens, nos parques nacionais de Namib-Naukluft; Mangetti; Bwabwata; Mudumu e Nkasa Rupara, resultou na obtenção de 56 mil 875 quilogramas de carne. Segundo dados oficiais, já foram sacrificados pelo menos 157 animais selvagens.

O governo namibiano está a contratar caçadores profissionais e operadores de safari para matar pelo menos 723 animais selvagens, incluindo hipopótamos e elefantes, a fim de pôr em marcha o plano de mitigação da fome naquele país, dependente da agricultura e pecuária.

De acordo com o comunicado do Ministério do Meio Ambiente, Florestas e Turismo da Namíbia, os animais identificados para o bate incluem 30 hipopótamos, 60 búfalos, 50 impalas, 100 gnus azuis, 300 zebras, 83 elefantes e 100 elandes (antílopes).