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Notas e moedas em circulação atingem valor mais alto em Setembro

Adnardo Barros
5/11/2025
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Foto:
DR

As notas e moedas em circulação aumentou 2% em Setembro, atingindo 939 mil milhões de kwanzas. Especialista aponta riscos inflacionários, sobretudo com a chegada do fim do ano.

A quantidade de notas e moedas em circulação na economia aumentou 2% em Setembro face a Agosto, atingindo o montante mais elevado desde o início do ano, calculou a E&M com base nos dados preliminares da Estatística Monetária do Banco Nacional de Angola (BNA).

Os dados indicam que, em Setembro, a economia tinha em circulação 939 mil milhões de kwanzas, um acréscimo de 16 mil milhões de kwanzas em relação a Agosto, que contabilizou 923 mil milhões de kwanzas.

Desde o início do ano, regista-se uma tendência crescente na quantidade de moeda física em circulação. De Janeiro a Setembro a moeda em poder do público cresceu 10%, sendo o ponto mais baixo registado em Fevereiro, com um total de 851 mil milhões de kwanzas.

Em análise a este crescimento, o economista Alexandre Quinguri explica que o aumento da moeda em circulação é um reflexo da estrutura da economia, que, apesar de uma relativa estabilidade cambial, é ainda muito dependente das importações.

“Face à desvalorização da moeda, o custo das divisas sobe, encarecendo directamente os bens e serviços importados”, afirmou Quinguri.

Questionado sobre se o volume de moeda em circulação poderá pressionar a inflação, o economista elucidou que o BNA tem actuado de forma estratégica. A instituição mantém um controle firme sobre o coeficiente de reservas obrigatórias, restringindo a capacidade de empréstimo dos bancos comerciais e, assim, evitando uma expansão descontrolada.

“Paralelamente, o banco tem injectado liquidez na economia de forma gradual e selectiva, principalmente através da venda de títulos públicos e privados, o que demonstra um equilíbrio nas suas operações”, explicou.

No entanto, Quinguri alerta para um factor sazonal crítico o final do ano. Neste período, os hábitos de consumo mudam, potenciados pelo pagamento do décimo terceiro salário e dos subsídios natalícios.

“Este surto de liquidez e procura exige que o BNA esteja particularmente vigilante. É crucial que o banco central adopte medidas para evitar que este ciclo de consumo resulte em pressões inflacionárias acima das verificadas ao longo do ano”, concluiu o economista, sublinhando que a conjugação do poder de compra adicional com a já elevada liquidez na economia representa um risco inflacionário que exige monitorização rigorosa.